terça-feira, 28 de abril de 2020

ÁGUA DA FONTE


Adão de Souza Ribeiro

Maria Júlia todos os dias
Ia buscar água na fonte.
Como era bonita a guria
Trazia a água de monte.

O que ela trazia na jarra
Era como dádiva do céu
E daquele peito jorrava,
Desejo vertido em mel.

Eu ficava lá no caminho
Contemplando a beleza
E se hoje choro sozinho
É por perder a princesa.

Não voltou a Maria Júlia
Para buscar o que atraía
E se perdeu em lamúria
Vendo a água que corria.

Peruíbe SP, 28 de abril de 2020.

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