quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

FELIZ ANO VELHO

 

Adão de Souza Ribeiro

 

Lá vai nosso querido velho ano

Descendo feliz a ladeira abaixo

Com a força do vento minuano

Sonhando com ano novo, acho.

 

A sagrada missão foi cumprida.

Agora pode descansar em paz.

E nem tudo é tão belo na vida.

E a marca indelével tanto faz.

 

Sonhos virão e tudo se renova

A vida é um rio segue o curso

Ele não se prende, feito alcova.

É forte leão e tem firme pulso.

 

O homem mutante vê a trilha

Do futuro se a segue também

Lá no céu uma estrela brilha.

Nem tudo foi perdido. Amém!

 

Peruíbe SP, 29 de dezembro de 2021.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

NATAL

 

Adão de Souza Ribeiro

Cidade está cheia de brilho

Presentes para lá e para cá.

Diga-me: E quem é o filho,

Que vamos saldar? Diga, vá.

 

Lá na manjedoura sozinho,

Com o mundo pela frente.

Nasceu meu Jesuscristinho

Lá pelas bandas do oriente.

 

Recebeu dos Reis Magos.

O incenso, o ouro e mirra

Humilde ele disse: “Trago

Amor, cura a quem precisa”.

 

Andou de sandália e túnica

Fugiu do poder, da vaidade.

Trouxe uma missão a única

Salvar a pobre humanidade.

 

O mundo se enche de festa.

É Natal lá longe em Belém.

Mas na minha casa modesta

Choro triste, Natal não tem.


Peruíbe SP, 20 de dezembro de 2021.

domingo, 19 de dezembro de 2021

QUERIA

 

Adão de Souza Ribeiro

Queria te esquecer, meu bem!

No passado, passar a borracha.

Parar logo de achar tanta graça

Onde sei, graça nenhuma tem.

 

Queria te afastar dos poemas,

Para não chorar entre versos.

Amada, só uma coisa te peço:

Nunca escarneça dos dilemas.

 

Queria te beijar feito o louco

Dizer te amo e perder a voz,

Se quem te levou foi o algoz

Sei que me resta é tão pouco.

 

Queria te possuir, eu queria.

Tudo não passou de quimera

Ah meu Deus, quem me dera.

Se eu fosse feliz por um dia!

 

Peruíbe SP, 19 de dezembro de 2021.

 

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

CORAÇÃO EM DESATINO

 

Adão de Souza Ribeiro

Por quanto tempo, suportarei essa desdita,

Ao ver o coração sofrer tanto em desatino.

Quando ainda na infância a fêmea bonita,

Quis fazer a morada no sonho de menino.

 

Quisera que fosse só uma fantasia apenas

E não, meu Deus, sentimento devastador.

Que se perde nas rimas, versos e poemas,

Como jeito de afugentar sua infinita dor.

 

Ela toda meiga, bela e com desenvoltura,

Desfila garbosa, pela saudade do infante.

E com o coração sangrando e alma pura

Vai num mundo sonhador. olhar distante.

 

Menino chora de soluçar no seu universo

E crê que não foi feliz, porque era pobre.

Cada lágrima que derramava era o verso

Vida diz: “O sentimento não se esnobe!”

 

Peruíbe SP, 02 de dezembro de 2021.