Adão de Souza
Ribeiro
Teus campos verdejantes,
De matas e lindos cafezais.
Seduzem velhos viajantes,
E embriagam os meus ais.
Ruas calmas e descalças,
Por onde passa a infância.
São recordações, as valsas,
Que corre e nunca se cansa.
Nas saudosas noites de lua,
Ou lindas tardes primaveris.
As crianças correm para rua
Em brincadeiras tão infantis.
Casas de madeira e reboco,
Abrigando teus filhos natos.
Parece nosso santo pároco,
Velando Cristo crucificado.
O riacho de água cristalina,
E que circunda aquela terra.
Ali paciente ele tanto ensina,
Só amor e a fé, que regenera.
Lindo teu acordar nos arrebóis
Com tanto amor neste coração.
O suave canto lá de rouxinóis.
Te embalar neste calmo rincão.
Povo ordeiro, de alma pura.
Corpo surrado do traquejo,
Conhece a vida e as agruras
Forja a história do lugarejo.
Outono enfeita a tua praça,
Com as flores da primavera
Mas inverno vem, disfarça.
Só verão, quem viveu nela.
De ti, digo que será banido,
Quem quiser tirar proveito.
Ensinaste-me ser destemido
Eu sou forte e bato no peito.
A tua bandeira e teu brasão,
Com meu sangue te protejo
Dou minha vida e o coração
Mãe amar-te não é segredo.
Teu hino feito com ternura,
Ecoará eterno pela tua terra
Como gratidão e linda jura.
Do filho, que abraço espera.
Orgulha-nos o teu passado,
E então rabisco no caderno.
O verso puro e tão sagrado:
A ti declaro o amor eterno!
Guaimbê, protetora adorada,
Hei de te amar para sempre.
Se eu acordar de madrugada.
Mãe acolha-me no teu ventre!
Guaimbê SP, 08
de novembro de 2020.