quinta-feira, 29 de setembro de 2022

FILHOS DE MINHA TERRA

 

Adão de Souza Ribeiro

                                    Eu vos saúdo, Filhos de minha Terra, por haveis nascido das entranhas e amamentado nos seios fartos da bonança de nossa mãe: a idolatrada Guaimbê. Ah, irmãos meus, amai-vos com toda virtude de vossas almas, o colo que vos acalentou, durante as tardes de tempestade e as noites de inverno! Dela, guardai-vos para a eternidade, o calor exalado de um corpo ardendo em ternura.

                                    Contemplai-vos, com lágrimas de emoção, a bela paisagem que desponta com a brisa da manhã e perdura até o pôr-do-sol. Vedes que, dormis na paz de vossa ilusão, enquanto ela vela a criança que habita em vós. Ajoelhai-vos, diante do altar da Igreja Matriz e rezai-vos assim: “- Senhor meu Deus, eu te agradeço por haverdes concedido a graça de escolher o ventre, que gerou meus sonhos e alimentou minhas realizações. Por isso, Divino Criador, repousa tuas mãos sobre a cabeça de minha progenitora e deposita sobre ela, tua sagrada benção pelos vales e campinas”.

                                    Lembrai-vos, que ela tem: nos olhos, o brilho das estrelas; na face, a beleza de Vênus; na alma, a pureza das fontes cristalinas; no espírito, a eternidade dos deuses; no coração, a bondade dos santos; na mente, a inocência dos anjos; nos braços, o acalanto do tempo; nos pés, a longevidade dos anos; no sorriso, a liberdade dos pássaros e no corpo, o amor que tanto procurais pelo mundo. Nunca vos esqueçais de que nascestes nela, não por um mero capricho do destino, mas por serdes bem-aventurado.

                                    Honrai-vos, Filhos de minha Terra, o ventre que vos gerou. Viverdes dignamente, para que nossa mãe não sinta de nós, o pejo da maternidade. Amai-vos a Deus, a poesia e a natureza, o lobo e o cordeiro, o oriente e o ocidente, o amanhecer e o anoitecer, o passado e o futuro, enfim, amai-vos tudo que há acima da terra e abaixo do mar.

                                    No jardim da vida, desabrochastes como a rosa e, um dia, vossas pétalas hão de deitar no solo fértil que vos fecundou. Quem tem ouvidos, que ouça: “- Hoje, Guaimbê é vós; amanhã, vós sereis Guaimbê. Portanto, construais vosso castelo sobre o alicerce do trabalho, da perseverança e da honra, para que no futuro, vossos corpos possam dormir em paz no leito eterno”.

                                    Que continue viva, em vossa mente, a imagem da remota história desta terra: o Cine Paroquial, cuja garra do progresso, o devorou; a Igreja Matriz, que antes congregava os cordeiros de Deus e hoje, arrebanha os lobos do cotidiano; o “José Belmiro Rocha’, fonte de luz para os filhos da esperança; O Ginásio Estadual de Guaimbê, onde reside a nossa cultura; o Clube Municipal, onde dançaram alegres meninos; a Delegacia de Polícia, com suas celas vazias; o Paço Municipal, cérebro  administrativo da população; as ruas, que caminhavam em silêncio, pelas esquinas do tempo; o Campo Santo, onde os filhos do passado dormem no berço do futuro; o poeta, que escreveu em versos, o amor pela sua terra, suas origens e sua gente; o povo altaneiro, que o ano inteiro, colocava mais um tijolinho na construção de uma cidade cada vez melhor; o sangue que nos unem, pois somos Guaimbê e Guaimbê é Deus, em toda sua plenitude.

                                    Eu vos saúdo, Filhos de minha Terra, por serdes humildes e pujantes. Eu vos saúdo, por haverdes cantado a canção do progresso sem guerra, do trabalho sem hipocrisia e do futuro sem perda das antigas raízes. Eu vos saúdo, porque sois iguais a mim: verdadeiros discípulos do amor, da paz, do trabalho, do progresso, da fé e da liberdade entre os povos.

                                    Eu vos saúdo, Filhos de minha Terra, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo – o Primeiro e o Único.

                                    Amém!

 

Guaimbê SP, 08 de novembro de 2021.



P.S.: Homenagem ao aniversário de 68 anos de Guaimbê SP, em 08 de novembro de 2022.







































quarta-feira, 28 de setembro de 2022

GUAIMBÊ, TERRA AMADA!

 Adão de Souza Ribeiro

 

Mãe amorosa, pura e santa,

Que acolhe o velho roceiro.

Sei que a todos tu encantas

Com um amor tão altaneiro.

 

Todo verdejante teu campo

Os belos e floridos cafezais.

E a relva como lindo manto

Filho não esquecerá jamais.

 

Com ternura oferece o colo,

A quem de ti procura afeto.

E brota a fartura do teu solo,

A tua vida é um livro aberto.

 

Habita em ti um povo feliz.

É ordeiro e não foge da luta.

Faz do lugar o seu belo país,

Eles são de honrada conduta.

 

Mãe protetora e Terra amada

Que saudade sinto da senhora

Do carinho de época passada

Lembro do colo a alma chora!

 

 

Peruíbe SP, 28 de setembro de 2022

segunda-feira, 26 de setembro de 2022

O PROGRESSO

 

Adão de Souza Ribeiro

 

                        E hoje vejam o progresso aonde foi/ O boi puxava o carro/ E hoje o carro puxa o boi”, diz a música O Progresso, da dupla sertaneja raiz Pedro Bento e Zé da Estrada.

                        Ao debruçar sobre a melodia tão encantadora, eu me pego a relembrar de um tempo onde tudo era mais simples e a vida não tinha pressa para acontecer. Tudo era como uma fruta que amadurecia no pé e, por isso, tinha mais sabor. Cada coisa no seu lugar e no seu tempo.

                        As pessoas, por cumprirem os mandamentos da natureza, eram mais saudáveis e, em tudo, percebiam a poesia nas obras do Divino Criador. Não se via alguém reclamando de doenças desconhecidas e nem disputando um prato de comida. Todos eram solidários e, por isso, repartiam o pouco que tinham. A ganância não encontrava guarida.

                        A igreja cumpria a sagrada missão de professar a fé; a escola, de ensinar o bê-á-bá; a política, de governar e administrar o bem comum; o roceiro, de trabalhar e não depender de esmola; as crianças, de brincarem de ser crianças; os rios, a banharem florestas, vales e campinas; os animais, pássaros, peixes e insetos, de povoarem livremente a terra. Cada qual no seu qual e assim todos eram felizes.

                        Podia-se afirmar, que todos viviam no verdadeiro paraíso. As grades da cadeia não tinham trancas e estavam sempre abertas, porque crime não existia. Nos bares, os clientes tomavam a “branquinha” ao som da viola e da sanfona, enquanto no terreiro, cantava o galo carijó. A cidade respirava o ar de simplicidade e, por isso, ninguém tinha pressa de envelhecer. O caminhar rumo ao futuro era lento.

                        É certo que todo caminhar tem por princípio, impulsionar as coisas para a frente, quer queira quer não. Disso não há como fugir. E foi assim, que com o passar dos anos, eu me vi envolto pelas garras da evolução humana. No início, confesso que me debati e resisti, mas tudo foi em vão. Uma força maior me disse que era melhor aceitar.

                        Ainda na minha tenra infância, percebi que meus brinquedos, tais como: carrinhos de plástico e de madeira foram substituídos por brinquedos com controle remoto. O rádio foi cedendo lugar à televisão, ainda que em preto e branco. A longa boiada, que passava pelas ruas descalças da cidade, conduzida pelos peões e ao som do berrante, sumiram na curva do tempo.  

                        O que me faz saudosista e me aperta o coração, com lágrimas escorrendo pela face, são gestos de amor sepultados no fundo do baú, como as cartas de amor, escritas à luz de vela e enviadas pelo correio. A tecnologia criou atalhos e a expectativa da respostadas maus traçadas linhas, dormiu no passado. Aos poucos, o progresso chegou e foi devorando meus sonhos de criança, como um monstro voraz e impiedoso, sem se importar com as tradições, forjadas a séculos, na bigorna da moral e dos bons costumes.

                        Antes o telefone a manivela e hoje, os celulares ultramodernos; antes o fogão a lenha e hoje, os elétricos e a gás; antes os carros com velocidade de 20 Km/h e hoje, os com 300 Km/h; antes a música sertaneja raiz e hoje, as estrangeiras e eletrônicas; antes os armazéns e hoje, os shoping; antes os bares e hoje, as lanchonetes; antes as pensões e hoje, os restaurantes; antes as praças e hoje os motéis; antes a charrete e hoje, os carros de aplicativo; antes a fé na igreja e hoje, a indústria da fé via Embratel. Antes o passado recatado e hoje, o futuro desembestado. Aonde vamos parar, não sei!

                        Quando revejo fotos de coisas da antiguidade, tais como, carros, lugares, costumes, roupas, objetos, artes, etc e tal, estou me transportando de volta ao passado. Isso me faz muito bem. “Oh que saudades que tenho/ Da aurora da minha vida, / Da minha infância querida/ Que os anos não trazem mais!”, dizia o poeta Casimiro de Abreu, na poesia “Os meus oito anos”.

                        Eu não sou avesso ao progresso. O que não compactuo e não aceito é que ele devore as tradições e jogue no lixo da história, o que foi conquistado ao longo dos anos, isto é, o desejo de sermos felizes. O progresso não pode violar o direito de reverenciarmos e de preservarmos o passado.

                        Hoje a boiada não precisa de berrante/ Ela chega num instante/ num caminhão boiadeiro”.

 

Peruíbe SP, 26 de setembro de 2022.

domingo, 25 de setembro de 2022

O AMOR E O PRAZER

 

Adão de Souza Ribeiro

 

Quando eu acordar de manhã,

Com a cama quente e desfeita.

Teu corpo com gosto de maçã,

Toca em mim, vem e me beija.

 

E na janela a penumbra da lua

No lençol o suor do teu corpo.

E tu em delírio, diz: “Sou tua”.

O prazer estampado no rosto.

 

Em êxtase arrepia a tua pele.

O brilho das estrelas no olhar

Amada, é prazer que queres?

Então corra, vem se deliciar.

 

E levemente toco a tua alma,

Em silêncio beijo teu coração

Noite espera vem com calma

Sei o gozo não é pecado não.

 

Quando te sentires completa,

E saciada lá no leito conjugal

Até a lua fará uma linda festa

Em todo o seu reino celestial.

Peruíbe SP, 25 de setembro de 2022.

sábado, 24 de setembro de 2022

MENINA GRACIOSA

 

Adão de Souza Ribeiro

 

Eu ainda vejo pela esquina

Com cabelo solto ao vento

O andar suave de menina,

Passear pelo meu tempo.

 

Com inocência de mulher

Desfilava só pela calçada.

O jardim do bem-me-quer

Feliz, sem pensar em nada

 

E sentado sob o pé de ipê,

Nem sentia passar a vida.

No gostar louco de você,

Coisa que não se explica.

 

Com roupa tão cintilante,

O meu olhar hipnotizava.

Era o seu amigo e amante,

Ela séria e jeito de brava.

 

Lá se foram nossos anos,

Nossos sonhos e a idade.

Vida traçou novos planos

E deu o nome de saudade!

 

Peruíbe SP, 24 de setembro de 2022.

 

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

O AMOR E A GAIOLA

 

Adão de Souza Ribeiro

 

Sempre a quis que fosse minha,

A qualquer dia e qualquer hora

Apenas uma delicada avezinha.

A habitar minha humilde gaiola.

 

Queria você sempre por perto,

Cantar e afugentando meus ais

Hoje eu juro se não sei ao certo

Se aquilo era um querer demais

 

Gaiola jamais seria uma prisão

Mas o nosso eterno aconchego.

Onde em noite de lua e solidão,

Pudéssemos sonhar sem medo.

 

E esse querer quase que doentio,

E que há muito ele me atormenta.

E deixa no meu peito certo vazio

Vontade de você, que não aguenta.

 

Tento esquecer numa luta desigual

E não sei por que lhe quero tanto.

Algo mais forte que desejo sexual,

 Eu me realizo em ouvir teu canto.

 

Se no delírio deixar a porta aberta

Você quiser fugir da velha gaiola.

Saudar sua liberdade é coisa certa

O amor é livre e nunca se implora.

 

Peruíbe SP, 19 de outubro de 2022.

domingo, 18 de setembro de 2022

O LABOR DO POETA

 

Adão de Souza Ribeiro

 

Iludir-se é direito do poeta

Ilusão é parte do seu labor.

E só a dor a ele empresta,

A inspiração para compor.

 

Poesia embriã atormenta,

Coração que muito sofre.

Nasce na alma desavença,

Faz perder rumo e o norte.

 

Escreve sobre a natureza.

E das desilusões do amor.

Venera pequena princesa.

Nem que sofra o dissabor.

 

E se neste mundo insano,

Não houvesse as poesias?

Amar seria o ato profano,

Numa vida eterna agonia.

 

Não sonha, não é mecenas;

Então será triste a vida sua.

Perecerá dos seus dilemas,

Sozinho num canto de rua.

 

Deixa poeta viver em paz.

Se vê-lo sonhar não critica.

Para o belo verso tanto faz,

Se ele é louco ou eremita!!

 

Peruíbe SP, 18 de setembro de 2022.

 

sábado, 17 de setembro de 2022

MULHERES

 

Adão de Souza Ribeiro

Emília amava feito uma louca,

Tinha sabor de desejo na boca

Telma carregava o suor chama

Conhecia o valor luta na cama.

 

Sandra não tinha algum pudor

E para ela o que valia o prazer

Margarida vertia aroma de flor

Temia solidão, também sofrer.

 

Lourdes de amor tão profundo

E tinha a alma além do mundo

Vanessa de caricias sem pressa

É uma fera embora não pareça.

 

Carmem fez do sonho mistério

E do sentimento algo tão sério

Ângela de gostar muito calado

E muito feliz como no passado

 

Todas passaram tão de repente

E só o coração sabe o que sente

Mas o meu corpo solitário quer,

As ardentes carícias da mulher!!

 

Peruíbe SP, 17 de setembro de 2022.

terça-feira, 13 de setembro de 2022

CANÇÃO DE NINAR

 

Adão de Souza Ribeiro

Nossa mãe entoava saudosas,

Canções bem ao lado do berço

Seu carinho era pétala de rosa,

Cada frase tinha rima de verso.

 

Nossa mãe não arredava seu pé

Enquanto não visse nosso sono

Toda noite fazia com amor e fé

Aquilo se repetia ano após ano.

 

Já quase que apagando o pavio,

Da velha lamparina na sua mão

Ela não se importava com o frio

Continuava com saudosa canção

 

Da mãe guardamos a lembrança

De um tempo que longe já se vai

Em que o nosso sonho de criança

Não se embala para nunca mais.

 

Hoje ela já está muito velhinha,

Com a voz baixa e enternecida.

A sua imagem é uma estrelinha,

Iluminar uma noite mal dormida.

 

Peruíbe SP, 13 de setembro de 2022.

 

 

sábado, 10 de setembro de 2022

A RAINHA

 

Adão de Souza Ribeiro

Mulher, mil vezes eu desejei

Assim vou te desejar sempre

Quero ser teu vassalo e o rei

Reina aqui na minha mente.

 

Tu me acordas do lindo sono

Só para cobrir-me de carinho

Faz do teu lindo corpo trono,

É para não me sentir sozinho

 

O amor não é uma coisa à toa

É algo não se explica, se sente

E não queira abdicar da coroa

Está no coração é onipresente

 

Desfilar no jardim do palácio

Admiro o glamour de rainha

Sei e viver sem ti não é fácil,

Há de ser eternamente minha

 

Neste querer, quero ter a sorte

De ser parte desta tua realeza,

Espalhar felicidade pela corte

E ver tua beleza, bendito seja!

 

Peruíbe SP, 10 de setembro de 2022

 

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

O SONHADOR

 

Adão de Souza Ribeiro

Eu vou curar a ferida,

Do que restou de nós.

Eu vou seguir a vida,

Antes do pôr do sol.

 

E se a voz me faltar,

Gritarei só o nome.

Se for dormir o luar,

O sono sacia a fome.

 

Eu vou chorar já sei,

Que tudo é quimera.

O sofrer não tem lei,

Se não domar a fera.

 

Eu vou tocar o lábio,

Ao fechar nossa boca

Vou ouvir o presságio

Dessa vontade louca.

 

Eu vou viver uma vida

Buscar força na poesia

Na estrada percorrida

Conquisto o novo dia.

 

Eu vou matar o desejo,

Antes que roube ilusão.

Amar é tudo que almejo

Sem beijo não vivo não.

 

Peruíbe SP, 07 de setembro de 2022

terça-feira, 6 de setembro de 2022

O PEDIDO

 

Adão de Souza Ribeiro

Que a poesia não me abandone

Verso não venha fugir de mim.

Poeta seja esse meu sobrenome

Que amor rima do início ao fim.

 

Que não adormeça meu sonho

De sempre poetizar que é belo

Perder o sono não me oponho

Não seja branco meu caderno.

 

Que cada lágrima a ser vertida

Durante a labuta de um poema

Faça prevalecer sentido da vida

Que o verso viva a cada fonema.

 

Que a estrofe não seja obsoleta

Sem deixar de ser um mecenas

Poesia voa na asa da borboleta

Até que o poeta saia de cena!!

 

Peruíbe SP, 06 de setembro de 2022

O FOGO

 

Adão de Souza Ribeiro

 

Ester tem fogo no facho,

Como abaixar esse fogo?

Se a perco mais me acho

E amar é fazer esse jogo?

 

Ninfomaníaca, a mulher?

Dizem más línguas por aí

Ser igual quem não quer,

Viver sem ela como sofri.

 

O desejo arde em brasa,

E nunca vi mulher assim

Quero é voltar para casa

E apagar o fogo em mim.

 

Eu imagino noite e dia:

Sem ter aquela mulher.

A fêmea com fantasias,

E quem é que não quer?

 

Peruíbe SP, 06 de setembro de 2022

 

domingo, 4 de setembro de 2022

SENTIMENTO

 

Adão de Souza Ribeiro

Quantas vezes gritei seu nome

Você passou e fingiu não ouvir

Até hoje saudade me consome

Sinto seu corpo cheiro de elixir.

 

Quantas vezes sonhei carícias,

Por todo corpo e nos cabelos.

Num toque puro, sem malícia

Fiz um castelo com tanto zelo.

 

Quantas vezes construí versos

Busquei esmero as rimas ricas

Vivo a chorar e me desespero

O sentimento não se explica.

 

Quantas vezes terei lágrimas

Para suportar a tamanha dor.

Eu sei que na vida tudo passa,

E que do beijo só fica o sabor.

 

Quantas vezes passou sozinha

Desfilando seu corpo feminino

Eu iludido queria como rainha

Vejo que é belo por ser divino.

 

Peruíbe SP, 04 de setembro de 2022

 

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

PORTO SEGURO

 

Adão de Souza Ribeiro

Farei do teu corpo meu ninho

Do teu abraço o porto seguro

No voo não seguirei sozinho

Amor te quero tanto, eu juro.

 

Acalenta-me com tuas asas,

E aqueça-me com teu corpo

O meu desejo arde em brasa

De longe eu sinto teu gosto.

 

Eu singro céu no voo livre

Plano diante da tua beleza

De felicidade que se vive.

Eu não sei o que é tristeza

 

Protege-me nas tormentas

E canta só para eu dormir

Se tenho medo, afugentas

E me mostra novo porvir.

 

Peruíbe SP, 02 de setembro de 2022.