domingo, 18 de setembro de 2022

O LABOR DO POETA

 

Adão de Souza Ribeiro

 

Iludir-se é direito do poeta

Ilusão é parte do seu labor.

E só a dor a ele empresta,

A inspiração para compor.

 

Poesia embriã atormenta,

Coração que muito sofre.

Nasce na alma desavença,

Faz perder rumo e o norte.

 

Escreve sobre a natureza.

E das desilusões do amor.

Venera pequena princesa.

Nem que sofra o dissabor.

 

E se neste mundo insano,

Não houvesse as poesias?

Amar seria o ato profano,

Numa vida eterna agonia.

 

Não sonha, não é mecenas;

Então será triste a vida sua.

Perecerá dos seus dilemas,

Sozinho num canto de rua.

 

Deixa poeta viver em paz.

Se vê-lo sonhar não critica.

Para o belo verso tanto faz,

Se ele é louco ou eremita!!

 

Peruíbe SP, 18 de setembro de 2022.

 

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