domingo, 26 de fevereiro de 2023

O CANDIDATO

 

Adão de Souza Ribeiro

                        - Meu Deus, onde eu estava com a cabeça!

                        E foi assim que pensou o cidadão Astrogildo, logo ao amanhecer do dia. Por sinal um dia belíssimo em pleno verão. Ele deveria ter colocado uma roupa de banho e rumado para o Balneário, mas não o fez. Ficou deitado mais um pouco, esperando o café reforçado, feito com carinho por Alzira – a linda esposa de corpo escultural e olhos verdes.

                        Astrogildo a conhecera no baile de fazenda e não demorou muito para desposá-la. Desprovido de beleza, era um adorável "pé de valsa". Para ele, foi amor à primeira vista. Todos a cobiçava, mas foi o sortudo, pois tornara-se uma excelente esposa e dona de casa; uma companheira inseparável e uma mãe amorosa. Por falar nisso, tinha um lindo casal de filhos, Anderson e Amanda.

                        Ali deitado e quietinho, confabulando com seus botões, decidiu-se candidatar a prefeito da Terrinha. Acreditava ter todos os predicativos para tal façanha, isto é, um homem popular, filho da terra, bom de lábia e de ideias futuristas. Conhecia todos os conterrâneos e as necessidades primordiais do lugarejo.

                        Em silêncio, articulou a empreitada. Em pouco tempo, lançara seu nome e fora bem aceito por todos. A campanha eleitoral em cidades interioranas e pequenas é muito acirrada, pois o candidato ganha inimigo muito fácil. A política passa e as pessoas permanecem, por isso, deveriam pensar nisso.

                        Durante a campanha, procurou debater e atacar o problemas e necessidades, isso sem macular os demais concorrentes. No entanto, os adversários passaram a dissecar a vida pessoal e familiar de Astrogildo. Com medo de perderem o embate, caluniaram Astrogildo e apequenaram as qualidades de Alzira - a futura primeira dama. A maldade não poupou nem os filhos Anderson e Amanda.

                        Na praça pública, houve confronto entre os correligionários e foi um “Deus nos acuda”. Embora aceito pela maioria, havia um grupo aliado aos adversários, que fugia à regra, o que era de se esperar. Desde muito pequeno, despertava empatia a todos. Já alguns concorrentes, davam azia até em Sonrisal. Ao término daquele período, Astrogildo fora eleito e ascendera ao cargo de autoridade máxima do vilarejo.

                        Aos poucos, uma vez no posto de Alcaide, procurou cumprir as promessas de palanque. Logo os conterrâneos e eleitores, notaram as mudanças e melhorias. Eles foram obrigados a darem o braço a torcer. Certo é que a Terrinha mudou da água para vinho. Astrogildo e a família, passaram a ser respeitados por todos.

                        O temor de início, quando teve a ideia de se candidatar, foi se dissipando aos poucos, para a alegria de todos. Até o padre comunista, deu “Glória à Deus! ” Alzira, a linda e prendada esposa, encabeçou um serviço social invejável. Já Anderson e Amanda, puderam seguir a infância como qualquer outra criança, isto é, sem medo de serem felizes.

                        Construiu canais fluviais; calçou ruas e caçadas; instalou rede de energia e de água; revitalizou praças, parques de diversão e área de lazer; deu prioridade a educação, saúde, habitação, segurança e a fome, enfim, tentou suprir todas as necessidades de um povo pobre. Conquistou maioria do Poder Legislativo e não teve empecilho com o Poder Judiciário. Não se ouviu falar em corrupção.

                        Até hoje, as pessoas lembram com saudade das façanhas do Alcaide, ou seja, um homem humilde, destemido que não temia novos desafios. A vida pobre, durante a infância, o forjou para ocupar o mais alto posto do lugar. Ele viveu na própria pele, as agruras da vida e aquilo foi primordial para aprender a governar.                    

                        A cidade passou a ser modelo para outras cidades e orgulho para os conterrâneos e moradores. Ela passou a ser sinônimo de prosperidade. Quando alguém perguntar: “Onde fica o Paraíso? ”, todos serão uníssonos em dizer: “Fica na latitude 21°54’36’’ sul e longitude 49°53’,48’’ oeste e uma altitude de 469 metros, entre os rios Pádua Sales e Feio”. É só seguir pelo mapa.

                        Havia um projeto de lei para colocar nome dele, no prédio do Paço Municipal. Mas a lei não permitia, pois ele ainda vivia. Aquilo não tinha importância, pois o nome do Alcaide estava gravado nos corações de todos os queridos conterrâneos: Prefeito Astrogildo da Silva!

                        Bendita hora, que ele pensou: - Meu Deus, onde estava com a cabeça!

 

Peruíbe SP, 26 de fevereiro de 2023.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

PINGOS DE AMOR

 

Adão de Souza Ribeiro

Uma chuva fina cai lá fora

Aqui dentro, eu te abraço,

Vem ser a minha senhora

E ocupar todo teu espaço.

 

Eu ouço o cantar do vento

Também o bailar das aves.

E toco teu corpo, é tempo,

Arde o desejo, só tu sabes.

 

Vem, sacia a sede na boca,

Aquece o teu corpo ao meu

Deixa de ser uma dondoca,

Para ser minha, meu Deus.

 

Cai a chuva toca o telhado

Molha a terra, nasce a flor.

É tão belo, eu me embriago

São lindos pingos de amor!  

 

Peruíbe SP, 23 de fevereiro de 2023.   

 

AMOR, PERDÃO!

 

Adão de Souza Ribeiro

 

Se por te amar, cometi pecado

Esqueça, amor, pois é passado

Prometo que vou te esquecer

Bem antes do dia amanhecer.

 

Concordo contigo, fui infantil

Só de pensar, dá certo calafrio.

Eu deveria amar outra pessoa

Mas coração, sem querer, voa.

 

Um dia te apago da memória,

Não farei verso e dedicatória.

E serei apenas mais um poeta

Um louco vagando no planeta.

 

Se cometi pecado, por te amar,

Foi porque deste brilho ao luar.

E fizeste bela a minha infância

Sem ti, a vida sem importância.

 

Amor, por tudo isso, peço perdão.

Deixa eu sonhar e sem a restrição

Escrever um verso e uma poesia,

Bem antes que amanheça o dia!!

Peruíbe SP, 23 de fevereiro de 2023.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

CAMINHO SUAVE

 

 

Adão de Souza Ribeiro

 

                        Foi assim que tudo começou. A história teve início com a primeira letra, palavra e frase. Então Adolfo pegou gosto pela leitura e pela escola. “Barriga... Ba. Cachorro... Ca”, ele lembra com muita saudade. É como se fosse hoje, chorou no primeiro dia de aula. Para ele, era um mundo diferente. Não imaginava que, um dia, tornaria um literato.

                        Aos poucos, foi pegando gosto pela rotina escolar. Gostava de se sentar na primeira fileira. A lancheira, cadernos, lápis, borracha, apontador, já não eram “bicho de sete cabeças”. Todas as manhãs, cumpria um ritual sagrado, isto é, vestia o uniforme, penteava o cabelo, passava um perfume, tomava um café reforçado e rumava para a escola.

                        Lá no santuário sagrado, encontrava com os amiguinhos, os quais, assim como ele, estudavam e brincavam muito. Adolfo tinha por norma, estudar com afinco, para que no recreio, pudesse se esbaldar de brincar. No intervalo, também gostava da merenda servida pelas dedicadas merendeiras. “Que delícia!” asseverava o menino.

                        A convivência com os alunos, rendeu-lhe grandes e eternas amizades, as quais, perduram até hoje. Tanto é que se lembra que, à tarde e depois da aula, dirigia-se a casa dos amigos para assistir televisão (em preto e branco) ou brincar. Naquela cidadezinha do interior, Adolfo era muito feliz.

                        Para o menino, tudo era festa. Mas um belo dia, sem que se esperasse, eis que o nosso menino caiu na besteira de se encantar por uma professora. Não se sabe ao certo o que deu nele, pois, ao invés de se dedicar aos estudos infantis, enveredou pelos estudos do coração. Hão coisas, que nem Freud explica.     

                        Foi então que, para ele, a vida escolar, ganhou mais sentido. Passou a ver a professora com outros olhos e aquilo custava horas de divagação. O jeito dela andar, vestir, falar, sorrir, ensinar, sentar-se à mesa e tantas outras virtudes, eram diferentes dos demais mestres. Certo é que ficava ansioso para vê-la chegar na classe e, toda charmosa e sorridente, dizer: - Meus queridos, bom dia!

                        Quando ela não ministrava aula, fosse por motivos administrativos ou pessoais, o pobrezinho do Adolfo entrava em desespero. Aquele dia letivo não tinha mais sentido. Lembrava com carinho, quando ela pedia para ir à lousa a fim de escrever ou apagar o que estava escrito. Ainda bem que, nem ela e nem os colegas, percebiam aquela afeição tresloucada, pensava ele.

                        Naquele tempo em que transcorreu a história ora narrada, havia enorme respeito e amor ao professor; já o professor, por sua vez, se dedicava por inteiro ao aluno. A escola era uma extensão do lar. O aluno via no mestre, a imagem sagrada dos pais. Talvez seja essa razão que os infantes se engraçavam com quem ensinava. O amor de Adolfo, não tinha erotismo, pois era um menino puro.

                        O caminho que Adolfo percorria, todas as manhãs, da casa até a escola, não lhe era duro e nem tortuoso; mas, sim, era um caminho suave. Sentia um prazer imenso, ao manusear os livros e, também, ao buscar conhecimento. Ele se enchia de entusiasmo ao saber que lá encontraria a tão vislumbrante professora.

                        O menino era diferenciado dos demais. Sua ânsia pelo saber, ultrapassava a sua idade. Queria saber de coisas, que iam além do seu tempo. Se naquela época, passou despercebido pelos moradores do lugarejo, talvez tenha sido pelo seu jeito humilde e por ter vindo de uma família pobre. A riqueza interior, era algo a ser lapidado.

                        Desde a tenra idade, Adolfo já se mostrava um sonhador. Crê-se que foi naquele tempo que ele, sem saber, já experimentou as primeiras lições de um amor platônico. Descobriu na santa infância, que amar o belo, era o maior aprendizado da vida. O que se escrevia na lousa do coração, nenhum apagador haveria de tirar da mente.

                        Quem nunca se apaixonou por uma professora, que atire o primeiro giz.

 

Peruíbe SP, 19 de fevereiro de 2023.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

O TOLO

 

Adão de Souza Ribeiro

 

Não venha mais com piada,

Que o amor é coisa de tolo.

Pois, sem ele não sou nada,

Sou bebê em busca de colo.

 

Te peço: De mim não caçoa.

Pois de pequeno sou assim.

Eu vivo só divagando à toa

O destino tem pena de mim.

 

Quem me dera ser um forte,

Na luta e vencer tal destino.

Eu não seria pego pela sorte

E nem viveria esse desatino.

 

Mas um tolo, se eu prefiro ser,

É que assim a vida faz sentido.

Pois o amor é quem dá o poder

De que nem tudo está perdido.

 

Peruíbe SP,21 de fevereiro de 2023.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

OS VIOLEIROS

 

Adão de Souza Ribeiro

 

                   Todo sábado era assim. Uma mistura de saudade e alegria. Quem viveu aquele tempo áureo, não há como esquecer jamais. Eu tive o privilégio de tal façanha, por isso, tenho história para contar. Tenho honra de compartilhar com assíduos leitores e saudosos conterrâneos.

                   Dentre tantas lembranças, os olhos vão às lágrimas, ao falar dos velhos violeiros, quando se reuniam nos bares da Terrinha. No sábado, a cidade se transformava com o fervurinho de pessoas, que chegavam das fazendas e sítios da redondeza. Ali faziam a despesa (compra) da semana e aproveitavam para se reunirem, tomarem a sagrada cachaça, cantarem e jogarem conversa fora.

                   O Mori, Iway, Anami, Toshi, Takada, Otávio, Josias, Waldemar Pague-Menos, Achilles, Josias, João Menino, Raul Ansanelo, David Ansanello, os Miotelo, Içô, Arlindo, Siqueira, Zanelatto, Gramostin, David Ferreira, Sanda, Zeca da Farmácia, os Abraão, antigos comerciantes do lugarejo, riam à toa. O dinheiro circulava livremente. Não me lembro de brigas ou desavenças entre as pessoas. Era grande o trânsito de cavalos arriados, charretes, carroças, taxis e tratores.

                   Hoje, entristece-me ao ver as portas de todo comércio cerradas. Eu tenho sensação de que a cidade morreu e escafedeu. O lugar tornou-se taciturno e não há mais aquela beleza de outrora. Ainda bem que não se perdeu na memória, a imagem dos talentosos violeiros.

                   Eles faziam via sacra por todos bares e, em especial, no “Bar do João Menino’. Dentre tantos amigos cantadores, haviam o Germano Belmiro, Sebastião Belmiro, Jorgão Arrothéia, Teta, Dizão, Filintro, Nivaldinho, Facão, Ju, Mané Reis, Zé Pereira, Lauro e por aí se vai. As vezes cantavam em solo, dupla ou trio. Violão, viola, sanfona, gaita, eram os instrumentos que acompanham as vozes tão afinadas.

                   As modas, cuja letra retratava a natureza, o sertão, o costume do roceiro, as aventuras do caboclo, o amor não correspondido, adocicavam os ouvidos do espectador. E eu, ficava horas e horas ali a me embriagar com tanto talento dos violeiros. Hoje é apenas um quadro pendurado na parede do passado. Isso dói e como dói!

                   A viola de pinho, ao ser dedilhada com carinho, que acompanhada com as vozes dos cantadores, transportava as pessoas à beleza de um mundo transcendental. Naquela época não havia uma mídia castradora de valores e que fabricava cantadores, sem um dom refinado para tal.

                   Apresentavam modas de artista renomados, tais como, Tião Carreiro & Pardinho, Tonico & e Tinoco, Liu & Leo, Zilo & Zalo, Cacique & Pagé, Zé do Rancho & Mariazinha, Pedro Bento & Zé da Estrada, Trio Parada Dura, Mato Grosso & Mathias, Zé Tapera & Teodoro. Ou, às vezes, cantavam modas de composição própria. Tudo era embalado com muitos copos de cachaça, cerveja e comes e bebes. Não tinha hora para terminar.

                        Além de alegrar a cidade, resgatavam as tradições e costumes de um povo pobre. Os festivais de moda de viola, eram realizados no antigo cinema, onde, um dia, foi a igreja. O evento contava com vários artistas do lugarejo, bem como, de toda a redondeza. E do público fiel, claro!

                   ´Todo sábado não é mais assim. Ele se foi, assim como se foi o tempo. Os bares já não cantam as alegrias sertanejas e o progresso chora o que não existe mais. E eu, um saudosista incurável, procuro dizer à posteridade que hoje tudo aquilo, não passou de um sonho guardado no baú da memória.

                   No palco da vida, fecharam-se as cortinas e terminou o espetáculo, para nunca mais.

 

Peruíbe SP, 17 de fevereiro de 2023.

 

 

LIÇÕES DA VIDA

 

Adão de Souza Ribeiro

Vivo só como a lua,

Sei que a vida ensina.

Que a faceira menina

Não era para ser sua.

 

Ela foi viver a vida

E hoje é muito feliz.

Se tristeza criar raiz

Faz dela sua amiga.

 

E entra ano e sai ano

Vivo essa eterna luta

Perder só me assusta

Esse sentir tão tirano

 

Avida sem tal apego

Pode ter outro sabor

Viver o grande amor

Sei, não tem segredo.

 

Sonhar até que pode,

Mas não pode delirar.

Veja o brilho do luar,

Num amar tão nobre.

 

Se hoje vivo atônito

Sem ter para onde ir.

É que sinto o porvir

Do amor platônico!

 

Peruíbe SP, 17 de fevereiro de 2023.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

QUANTO TORMENTO

 

Adão de Souza Ribeiro

Quantas vezes te desejei,

Quantas noites em branco

Sonhei tanto que era o rei.

Eu acordei só e em pranto.

 

E até hoje me atormentas,

Com teu rosto belo e puro.

O coração com paciência,

Espera a olhar no futuro.

 

Tempo passa só o desejo,

Que permanece e ardente

Aquece feito um lampejo

A tua imagem na mente.

 

Se como rei eu te suplico

Que fujas e sem piedade

E esqueças que eu existo

Que morei na tua cidade.

 

Que não sejas o martírio

O meu amar tanto assim

Pois só tu és meu colírio,

Que faz tão bem a mim.

 

Quando não tiver força,

E não lutar mais por ti.

Que saibas, linda moça

É que triste, eu já morri!

Peruíbe SP, 16 de fevereiro de 2023.

domingo, 12 de fevereiro de 2023

O POETA

 

Adão de Souza Ribeiro

Poeta é um seleto artista,

Que brinca com a palavra.

Da vida tem visão futurista

É farto seu dom e sua lavra.

 

Sentimento em cada verso

E com a força da alma fala:

Mas como seria o universo,

Sem poesia é uma senzala.

 

Mas se calado, chora, sofre

Da dor brota toda a beleza.

E que enfeita cada estrofe,

Dando encanto a natureza.

 

Se o poeta, amada não quis

Por ser pobre e maltrapilho

Procurou na poesia ser feliz

Mostrou a todos, seu brilho.

 

 Por isso, peço de coração:

Nunca caçoe do menestrel

Se na vida só recebeu não

Poeta versejará lá no céu!!

 

Peruíbe SP, 12 de fevereiro de 2023

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

A CAIPIRINHA

 

Adão de Souza Ribeiro

 

A Mariazinha vem da roça,

Toda feliz na sua charrete.

E na Matriz rezar a prece,

Com fé que a alma esboça.

 

Na mão segura seu terço,

No coração a Ave Maria

E agradecer mais um dia,

Que aprendeu no berço.

 

E lá vem ela, toda bonita.

Tão simples que encanta

O cabelo feito em trança

O corpo vestido de chita.

 

Nos pés sandália de laço

No rosto sorriso sincero.

Encantado ainda espero

Nela dar um só abraço.

 

Quando o final da missa

Ela sorrir cheia de graça

Encontro-a lá na praça,

E revelo a minha cobiça.

 

Peruíbe SP, 06 de fevereiro de 2023.  

sábado, 4 de fevereiro de 2023

MEU ATREVIMENTO

 

Adão de Souza Ribeiro

 

Meu atrevimento, perdoa-me querida.

Em dizer sem rodeios, que eu te desejo

Pois passei longos anos da minha vida

Contigo no meu coração de sertanejo.

 

Pelo meu mundo, tu caminhas alegre

Brincas com as fantasias de menino,

Nada me agrada e só teu olhar serve

Para afugentar o meu triste desatino.

 

Se bate a saudade, só tu me acalmas

Como a rocha ao tocar as suas ondas

Tu és o meu suave acalanto da alma

Da infância, só a felicidade me sonda.

 

Perdoa-me querida, meu atrevimento

Em dizer que te amo tanto em verso.

Se não digo, as palavras se vão vento

Sei que te amo e que importa o resto?

 

Peruíbe SP, 04 de fevereiro de 2023.