Quero me despir de tudo
Tudo que me maltrata.
Despir na hora exata
Sem medo, sem mascara.
Quero me despir devagar
Sem sofrer, desapegar.
Em silêncio, ao luar
Calmo, como navegar.
Quero me despir do medo
De todos meus segredos.
Rápido, enquanto é cedo,
Para que de mim, não perco.
Quero me despir do amor
De tudo que causa a dor.
Não quero ser a linda flor
Que perece diante do calor
Da ingratidão sem cor.
Quero me despir da lida
Fugir do afago da vida
Da esperança tão sofrida
Coisa que não se explica
E se explica, nada modifica.
Peruíbe SP, 02
de março de 2014