quarta-feira, 30 de novembro de 2011

FRAGMENTOS

Por onde andam meus velhos pedaços,
Que sem rumo partiram em caminhada?
Se não encontrar fragmentos, que faço?
Sem felicidade e sonhos, não sou nada.

Sei que meu coração se perdeu de amor
Minha alma, de esperança se escondeu.
E o meu desejo ao pousar de flor em flor
Bebeu do néctar do amor, como Orfeu.

O beijo, de ternura, afogou-se no mar,
Como se só de amar, morresse um dia.
E o sexo de prazer na cama a versejar,
Rabiscou a mais bela e eterna poesia.

Meus pedaços se foram com o tempo
Deles ainda guardo doces lembranças
A fantasia da vida, em seu passo lento
Corre, sonha, ri, espera e não se cansa

Nessa busca louca para me recompor,
Hei de encontrar meu eu, do que resta
E que eu me refaça num verso de amor
Porque nasci para amar e ser poeta!!!

Peruíbe SP, 30 de novembro de 2011

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

NOITES DE INVERNO

Como são lindas as noites de inverno
Que sem rumo e um pingo de pressa,
Dormem felizes nas linhas do caderno
Espiando a paz do mundo pela fresta.

Nessas noites tranqüilas e de encantos
Eu me deleito, escondo dentro de mim
Na procura de um mundo sem prantos,
Feito de mil sonhos, cores e querubins

Se durmo embalado por canções belas
Entoadas pela voz suave da madrugada
Não acorde, sussurre palavras singelas
E me deixe repousar no colo da amada.

Nessas noites, sou alegre por um triz.
E de cada momento, um poema faço,
Para linda musa, que me faz tão feliz
Assim acolhido no calor do teu braço.

Noites de inverno não teriam a beleza
Que o poeta, no sonho, tanto imagina,
Se na cama da madrugada, a princesa
Não o cobrisse com corpo de menina.

Peruíbe SP, 25 de novembro de 2011

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

TEUS PÉS

Benditos, oh amada, são estes teus pés
Que em formas belas e bem delineadas,
Conduzem-te por campos, vales, marés
Na busca incansável, da pessoa amada.

Vós que a passos firmes, porém, lentos.
Sabeis caminhar, rumo ao teu horizonte.
Não vos desvieis com a força dos ventos
Mostrais o amanhã, bem atrás do monte.

São os teus pés, oh amada, sagrados.
Pois, com amor, te conduziram a mim.
Ao pensar que tudo já estava acabado,
Fizeram da estrada triste, um jardim!!!

Sem que percebesse, oh pés sensuais,
Viestes trazer-me as noticias de carinho
E a tristeza partiu, como os vendavais,
Mas junto da amada, não sinto sozinho.

Pés femininos, cuja beleza se encanta.
Depois que cruzastes este meu destino,
A minha felicidade é tamanha, é tanta,
Que não sei se sou adulto ou menino.

Peruíbe SP, 24 de novembro de 2011

domingo, 20 de novembro de 2011

A MÃO DESTINO

Quando a delicada mão do destino
Presenteou-me com o teu coração,
Fiz daquele instante, um doce hino.
O do teu olhar a mais bela canção.

Lembro com ternura do teu olhar,
Que sem querer encontrou o meu.
E teus lábios, os meus a procurar
Na sede do beijo voraz, meu Deus!

Naquele dia, Deus se fez presente
E de presente, me deu o teu amor.
Para que tu fosses amada, sempre
Como a natureza, que ama a flor.

Teu corpo, em brasa e em chama,
Dizia que estava traçado o futuro
E teu desejo pedia, amor me ama
Que serei sempre tua, assim juro.

Naquele dia sagrado, dei-te a alma
E todo o amor preso no meu peito.
Tua ausência, mulher, só se acalma.
Na calma das caricias deste teu leito!

Peruíbe SP, 20 de novembro de 2011

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

AMOR DIVINO

Se a mulher
Diz que ama
Se o homem
Diz que deseja
E a saudade
Arde em chama
Bendito seja.
Se a mulher
Diz que quer
Se o homem
Diz que implora
E a cama
Em desalinho
Bendita hora.
Se a mulher
Diz que sofre
Se o homem
Diz que busca
E o sonho
Se desfalece
Vá à luta.
Se a mulher
Diz que gosta
Se o homem
Diz que realiza
Na sintonia
Do amor divino
Que mais precisa?

Peruíbe SP, 19 de novembro de 2011

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

PASSARO LIVRE

Voa livre, oh pássaro, livre voa,
Pelas estradas do teu infinito,
Sem bússola, sem rumo, à toa
Para não se ouvir seu gemido.

Tuas asas, numa linda dança,
Desenham um sonho de paz
Nessa busca nunca se cansa
E se cansa, para ti, tanto faz.

Lá do alto, observa o teu eu,
Ora triste, ora com frenesi.
Só não vê quem não sofreu,
Vê dali, o vazio dentro de si.

Vê que é imenso o universo
E as estrelas, tão distantes.
Nada mais belo que o verso
Escrito na linha do horizonte

Pássaro que a nada se apega,
Voa sozinho e contra o tempo
Livre é, pois não cumpre regra
Sabe, teu nome é sentimento.

Peruíbe SP, 14 de novembro de 2011

sábado, 12 de novembro de 2011

A ROCHA

O amor, meu Deus, é uma enorme rocha
Cercada de mistérios por todos os lados,
Por isso, que para muitos ele se mostra,
Ser tão firme, forte, resistente e inabalado.

Desafia todas as leis da vida, do universo
Sofre em busca da paz que tanto almeja.
Perde-se em meio às rimas e em versos,
Que a vida seja breve, assim bendito seja.

Não se acovarda, sendo firme, não foge.
Enfrenta todas as intempéries do mundo.
Na busca da saudade que se vai ao longe
Dos sentimentos, ele é o mais profundo.

Mas o amor, embora firme, é tão frágil,
Como criança que choraminga no leito.
Se ele inseguro, tem lá seus presságios
É porque sofre de tanta dor no peito!!!

Peruíbe SP, 12 de novembro de 2011

terça-feira, 8 de novembro de 2011

FELICIDADE, UM PASSARO

Se a felicidade escapa entre os dedos
Numa corrida tão louca, desenfreada
Consigo leva os sonhos e os segredos
Bem escondidos no coração da amada

Ela é pássaro, sem rumo e sem ninho
Tem o amor e a liberdade como meta
Se percorre o mundo quieto, sozinho
É por saber que a sua saudade é certa

A felicidade trás dentro de si, mistério
Que só uma alma pura saberá decifrar
Por isso que não ama, não leva a sério
Tem a chave do segredo, quem amar.

Só o poeta, um homem de fino trato,
Que na sua luta para entender a vida
Consegue esculpi-la no lindo retrato
Bem antes da sua inevitável partida.

Peruíbe SP, 08 de novembro de 2011

domingo, 6 de novembro de 2011

VELHA CAMINHADA

La vai um homem cabisbaixo, quieto;
Pela solitária estrada do pensamento
Vaga em seu sonho e sem rumo certo
Sem pressa caminha pelo seu tempo.

Olha as flores, ao longo do percurso,
E as aves numa canção orquestrada.
Se o passado lhe pregou peça, susto
Ele descansa no colo da madrugada.

Na caminhada, cumpre seu destino,
Rabisca poesias, retrata seu mundo.
Sabe que a vida é um sopro divino,
E que só o amor é que move tudo.

Viaja em paz no verdejante campo,
Da infância pendurada na lá parede.
A saudade do passado o deixa tonto,
Como peixe distraído preso na rede.

Peruibe SP, 06 de novembro de 2011

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O PERFIL DO POETA

É uma pessoa demasiadamente inquieta,
Não se cala, não se enverga, não compactua.
Embriagado nessa rebeldia, produz as jóias
Escrevendo sobre seus sonhos e frustrações.
Na solidão de seus versos, traça caminhos,
Rabisca o futuro e pinta o passado de cores
Diversas como se a vida fosse um arco-iris.
Mas é um belo poliglota dos sentimentos
Por isso, sabe reinar em todos os corações
Alegres, cansados, solitários, apaixonados.
Na angústia de buscar a perfeição da alma,
Passa longas noites, como folhas em branco,
Percorrendo linhas tortas e intermináveis,
Retratando o que se passa em torno de si.
É um marginal, sem remendos, sem nada;
A nada se prende, senão à vida e ao amor.
Despido da tal vaidade, segue sem rumo
Numa calma caminhada rumo ao infinito
Triste e imortalizado pela incompreensão
Da obra esculpida na luta pela sua vida.
É certo que o mundo dele está distante
Do que vê, desenha, traça e se imagina.
Por isso, prefere embriagar e se delirar.
Se ele, poeta louco e incompreendido,
Um dia sentir-se plenamente realizado,
Morrerá com ele, os versos inacabados
E as estrofes, partirão em mil pedaços.
O mundo agitado, nunca poderá esquecer
Que o poeta, um ser calmo e tão solitário,
É uma pessoa demasiadamente inquieta.

Peruíbe SP, 04 de novembro de 2011