sábado, 28 de janeiro de 2023

HINO A GUAIMBÊ

 

Adão de Souza Ribeiro

 

Guaimbê, terra amada e santa

Que tanto orgulha teus filhos.

Teu céu azul brilha e encanta

Acolhe com amor o andarilho.

 

Como é lindo verdes cafezais,

Que enfeitam os teus campos.

O povo não te esquece jamais.

Mãe, protege com teu manto.

 

Bandeira, tremula imponente

O orgulho simboliza o brasão

Desta terra pujante e da gente

Guerreira de tão bom coração.

 

Da Noroeste és a joia preciosa

Guardada no interior paulista.

Do teu peito brota a linda rosa

Que de longe a beleza já avista.

 

Teu povo amoroso e guerreiro

Há de te amar hoje e sempre,

Tu és o nosso amor primeiro.

Para teus filhos és onipresente.

 

Guaimbê SP, 28 de janeiro de 2023

domingo, 22 de janeiro de 2023

O CONSORTE

 

Adão de Souza Ribeiro

 

Sonhar, um bem nos faz

Eu queria ser seu marido.

E fazer o que é permitido,

Pois amar nunca é demais.

 

Se fosse o seu consorte

Eu lhe cobriria de afeto,

E em um querer secreto

Sem importar com resto.

 

Eu lhe darei o lar e filho

Afugento o seu pesadelo

Ao dormir, o seu cabelo

Eu afago e me maravilho.

 

Como queria ser amante

Da mulher encantadora.

Se o amor não tem hora

Floresce a todo instante.

 

Seu marido, o sonho real,

Desde o tempo de menino.

Se não fosse o tal destino,

Hoje seríamos feliz casal!

 

Peruíbe SP, 22 de janeiro de 2023.

 

sábado, 21 de janeiro de 2023

LÁ SE VÃO

 

Adão de Souza Ribeiro

Lá se vão meus pais

Pela imensidão,

Levando nas mãos

Minha gratidão.

Lá se vão meus pais

Pelo universo,

Levando nas mãos

Meu verso.

Lá se vão meus pais

Pela eternidade,

Levando nas mãos

Minha saudade.

Lá se vão meus pais

Pela floresta,

Levando nas mãos

Minha promessa.

Lá se vão meus pais

Pelo infinito,

Levando nas mãos

Meu sorriso.

Lá se vão meus pais

Pelas andanças,

Levando nas mãos

Minha infância.

Lá se vão meus pais

Pela madrugada,

Levando nas mãos

Minha pegada.

 

Peruíbe SP, 21 de janeiro de 2023.

 

 

 

NATASHA

 

Adão de Souza Ribeiro

 

Tudo nela é beleza e graça

O coração fica hipnotizado.

Se fosse o amor de Natasha

Eu jamais sairia do seu lado.

 

Dentro do coração a ternura

Mora junto ali com o desejo

De amor são tantas as juras,

Que fico num eterno apego.


Se puder tocar seu corpo,

Farei com a maior leveza

E darei asas ao seu gosto,

Há de ser minha princesa.

 

Seu rosto de belo encanto,

Inspira o verso deste poeta.

Sonho que dormia no canto

Faz da poesia uma só festa.

 

Meus lábios tocam os seus.

Eu bebo na sua boca o mel.

Coração que um dia sofreu

E num sonho chego ao céu.

 

Peruíbe SP, 21 de janeiro de 2023.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

O MESSIAS

 

Adão de Souza Ribeiro

 

                        O mundo estava em ebulição. O que imperava era a escravidão, o pecado, a profanação do Divino, a falta de fé, culto ao demônio, a prostituição, a luxúria, enfim, tudo que não agradava aos olhos de Deus. Então, certo dia, o Divino Criador, achou por bem dar um fim em tudo aquilo, isto é, enviar seu filho, o Messias. Antes mesmo de enviar um Salvador, já era anunciado a sua vinda.

                        Eis que era chegada a hora. Conforme prometido, Ele nasceu numa manjedoura, vindo de uma família pobre, ou seja, o pai um carpinteiro e a mãe uma recatada dona de casa. A manjedoura era aquecida por animais e não por aquecedores luxuosos.

                        Ao saber que Ele viera para salvar o mundo, o Rei Herodes determinou uma verdadeira caçada ao infante. Parece que, doravante, aquela seria a sina, de quem pretendesse salvar o mundo das garras dos malfeitores. Mas Ele não se esmoreceu e continuou firme nos seus passos, seguindo o que foi traçado por seu Pai Celestial. Missão dada é missão cumprida.

                        Conforme combinado, começou a curar cegos, surdos, coxos, leprosos, ressuscitar mortos e, dentre outras coisas, exorcizar espíritos malignos. Também revogou o Antigo Testamento, abominando a bigamia, incesto, prostituição, homossexualismo, lesbianismo, adultério, comércio da fé, cultos profanos, injustiça social, exploração do Estado contra o povo e tantas outras coisas. Durante a peregrinação, escolheu a dedo, doze homens para auxiliá-lo a espalhar a boa nova.

                        Relata a Sagrada Escritura que, por onde o Messias passava, Ele arrastava multidões com sede de milagres, justiça social e ensinamentos proféticos. Aquilo causou temor aos mandatários, religiosos e políticos. Quando disse aos seguidores: “O meu Reino não é deste mundo” e, ainda, “O meu Pai é o Rei dos Reis”, aquilo foi o estopim e decretaram a sua morte.

                        Como pode um andarilho afrontar o Rei Herodes ?” Por um punhado de trinta moedas, um dos doze escolhidos o traiu, entregando-o aos soldados romanos. Depois de ser submetido à Corte, chamada de Sinédrio, num julgamento fraudulento, foi condenado a morte, através da crucificação. Até o acusaram de revolucionário, charlatão e curandeiro. O Sinédrio era composto de altas autoridades políticas e eclesiásticas (sumo-sacerdotes judeus).  

                        Antes, porém, Cláudia ou Prócula – esposa de Pôncio Pilatos -, após uma visão, alertou-o de que ele estava condenando um inocente. Uma vez sentenxiado pelo Sinédrio, caberia ao Governador da Judéia, confirmar ou anular a pena, isto é, a crucificação. Então, Pôncio Pilatos – Governador da Judéia acovardou-se, colocando o Messias e o ladrão Barrabás, para que o povo escolhesse quem deveria ser solto. Instigado por infiltrados, o povo escolheu libertar Barrabás e condenar o Messias.

                        O povo que estava estupefato com o sofrimento do Salvador, acompanhava chorosos, a sua “Via Crucis”. Ele recebeu em suas costas, não as chibatadas dos soldados Romanos, mas, sim, os pecados e amarguras do povo sofrido e escravizado. Foi escarniado, humilhado e sofreu calado, pois sabia que iria receber o galardão do céu. Ele tinha convicção de que “O Reino dele, não era deste mundo”.

                         O Messias foi condenado a morte, não por propagar a fé e curar enfermos, mas, sim, porque representava perigo a Monarquia e a Igreja. A Monarquia o taxava de revolucionário e agitador; já a Igreja o taxava de charlatão e ilusionista. Ele pagou com a própria vida, por defender os ensinamentos de seu Pai Celestial e por amar o mundo, cuja missão recebida, foi de salvá-lo.

                        No ano 2023, da era cristã, nada mudou. A terra está em transe, com terremoto, furacão, vulcão, maremoto, tsunami, queimada, aquecimento global, neve, guerra, fome, violência, ganância pelo poder, destruição da família e da fé, etc. Sodoma e Gomorra, Torre de Babel, Dilúvio, que demonstraram o descontentamento de Deus, continuam não sendo observados.

                        O Pai Celestial, mais uma vez, na sua divina bondade, enviou o Messias, para salvar seu povo da sagrada terra tupiniquim: da exploração de ditadores, da fome, da corrupção, dos falsos profetas, da degradação da família e da religião, da mentira, da profanação do sagrado e por aí se vai.

                        Mas, infelizmente, a história se repete. O povo manipulado por forças ocultas, decidiu soltar o ladrão e reconduzi-lo ao poder. Quanto ao Messias, o Sinédrio tenta a todo custo, através de provas insanas, condená-lo a crucificação, para deleite das autoridades políticas e eclesiásticas.

                        No início de sua peregrinação os auxiliares, que muito agradavam os seus olhos, acatavam os seus ensinamentos e o apoiavam. No entanto, quando os poderosos passaram a temer a sua popularidade e novamente começaram a persegui-lo com acusações sem prova, os auxiliares fugiram em debandada, deixando-o sozinho na arena dos leões, para ser devorado. Mais uma vez, jogaram sob suas costas as responsabilidades de todos os pecados do mundo.

                        Hoje há uma inversão de valores, pois não se pode pensar ou falar. Não é possível mensurar de quantos Messias, serão necessários para salvar o povo da terra santa tupiniquim. Creio que o Pai Celestial não vai desistir do seu povo e, novamente, enviar  Messias – o Salvador.

                        Amém!

 

Peruíbe SP, 19 de janeiro de 2023.   

 

 

sábado, 14 de janeiro de 2023

BANQUETE DO AMOR

 

Adão de Souza Ribeiro

 

A felicidade veio de bandeja,

No imenso banquete do amor.

O coração embriagado festeja,

O sentimento tão avassalador.

 

São mil alegrias e tanto prazer,

Que não entendem os convivas.

Que o coração feliz pode fazer,

Para ter no peito cadeira cativa.

 

No banquete não se tem tristeza

Só canção que canta a esperança

Com o coração em toda a beleza

Só é permitida durante a festança

 

O que se bebe na taça do sorriso,

É vinho adocicado de uma ilusão

E quem não festeja corre o risco,

Não saber o que sente o coração.

 

Se o banquete serve com fartura,

Ilusão, alegria e o intenso prazer.

Venha saciar a fome, oh criatura

E seja feliz, sem ninguém saber!

 

Peruíbe SP, 14 de janeiro de 2023.

 

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

AMOR SEM LIMITE

 

Adão de Souza Ribeiro

 

Penso que amar não tem limite

Felicidade não se põe barreira.

Mulher, ama e não se arrisque,

De viver sem eira e nem beira.

 

Se tiver que escandalizar, faça

Não tema contar as fantasias

E o belo só se enche de graça,

Se o seu coração for só alegria.

 

Não sofra calada e tão sozinha

Arranca essa dor do seu peito.

Para com essa sua triste mania

De que nada mais vai ter jeito.

 

O amor com pudor não presta,

Mas vem com o corpo sedento.

Sorria, quebre essa dura regra

Possua-me, pois ainda é tempo.

 

Mulher, abraça, acaricia e beija

Dê ao corpo o que ele lhe pedir

E ao sentir prazer, bendito seja.

Então dirá: “Agora eu sou feliz”.

 

Peruíbe SP, 11 de janeiro de 2023.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

O CONTADOR DE CAUSOS

 

Adão de Souza Ribeiro

 

                             “Quem conta um conto, aumenta um ponto”, diz o adágio popular.

                        Não que eu seja mentiroso, longe disso. Certo é que eu gosto de prosear bastante e contar causos, sejam eles verdadeiros ou imaginários. Está no meu DNA e naqueles conterrâneos humildes, nascidos lá na minha terrinha natal. E isso causa-me grande orgulho.

                        Recentemente fui visitar a terrinha e me sentei no banco da praça matriz, onde passei a apreciar o lugar e recordar dos velhos tempos. Eis que de repente, apareceu um cidadão, o qual, após puxar um dedo de prosa, começou a narrar fatos antigos, acontecidos ali. Contou causos, que me reportaram a doce infância. Confesso que fiquei embriagado com a simplicidade dele e o jeito de narrar.

                        Hoje o lugar mudou muito, haja vista que muito dos conterrâneos antigos, já partiram para mansão do amanhã e outros mudaram para terras bem distantes. Não bastasse isso, a população jovem, pouco sabe da história do nascimento do lugarejo e de seus desbravadores.

                        Por isso, cabe a nós, da velha guarda, ressuscitar e reviver as histórias e os causos do passado. Uma cidade sem o seu passado, está fadada ao esquecimento. O passado é como uma certidão de nascimento, onde tudo fica registrado para posteridade. Se depender de mim, minha terrinha não perecerá jamais. Prometo.

                        Já tenho dito repetidamente, que ali é uma terra fértil de causos reais e pitorescos. A vantagem de termos nascido numa cidade pequena e interiorana, prende-se ao fato de que não somos apenas mais um no meio da multidão. Nós conseguimos ver no outro, valores imensuráveis. Mesmo com seus defeitos, conseguimos extrair valores não visíveis a olho nu, porque enxergamos com olhos da alma e do coração.

                        Quando ouso contar causos, deleito-me com as histórias que vem na lembrança. Por isso, procuro ser fiel na narrativa, a fim de que as pessoas, ao lerem, sintam como se estivessem caminhando comigo pelas ruas do lugarejo. Ou então, assim como eu, sentado no banco da praça, ouvindo as histórias sem fim, de um humilde conterrâneo.

                        Se você que está degustando a leitura, for um saudosista assim como eu, haverá de compreender a minha preocupação em resgatar o passado, através dos causos tão simplórios. Ao tirá-los do fundo do baú, estamos valorizando o que é nosso de direito.

                        Eu sinto-me lisonjeado ao ver que conterrâneos, que lá habitam ou que moram em outras querências, leem e comentam. Então creio que estou dando o meu quinhão de colaboração, para imortalizar a minha terra natal.

                         Não sou um escritor como quilate de José Maria Machado de Assis, Graciliano Ramos de Oliveira, Aluízio Tancredo Gonçalves de Azevedo, João Guimarães Rosa, Afonso Henriques de Lima Barreto, dentre tantos outros e, ainda, quiçá, Jorge Leal Amado de Faria. Eu sou apenas um caipira interiorano, um humilde contador de causos reais ou pitorescos. Nada mais!

Peruíbe SP, 06 de janeiro de 2023.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

DELÍRIOS DE PRAZER

 

Adão de Souza Ribeiro

Quantos momentos em transe,

No corpo suave de uma mulher

A delirar no delicioso romance,

Lá no jardim do bem-me-quer.

 

Num jogo se entrelaçam mãos

Suor nos poros envolve a pele.

O silêncio como linda canção,

É desejo sem que nada revele.

 

E um sussurro, sem nexo aqui

Um gemido bem quieto acolá

Prazer não se guarda para si,

Ele não se pede, apenas se dá.

 

De delírio se embriaga a alma

Então a ilusão veste de sonho

Na busca do clímax se acalma

O Prazer, não será enfadonho.

 

Grito mudo e em total silêncio

O corpo já se entrega vencido.

A mente: Não sei o que penso.

Se é só prazer, ou nada disso!!

Peruíbe SP, 04 de janeiro de 2023.