domingo, 27 de agosto de 2023

A TIMIDEZ

 

Adão de Souza Ribeiro

Eu a perdi por timidez

Ser um tímido jamais.

Veja o que a vida fez,

Amor ficou para trás.

 

Devia ser um atrevido

Desafiar o sentimento.

Ser rápido para ter ido

Ver o querer imenso.

 

Hipnotiza sua candura

Toda vez que eu a via

O corpo linda pintura,

Que brilha noite e dia.

 

Tudo se foi e meu bem,

Voou nas asas do sonho.

Meus sonhos vão além,

Falar dela envergonho.

 

E sinto muito até hoje

A falta tão doída dela

Só a imagem não foge

E fico só à sua espera.

 

Por que não declarei?

Não devia ser covarde

Ser um forte, fraquejei

Chorar, agora é tarde!

Peruíbe SP, 27 de agosto de 2023.

sábado, 26 de agosto de 2023

AMOR DE CRIANÇA

 

Adão de Souza Ribeiro

 

Eu era criança, ela também.

Nos amávamos, o que tem?

E a nossa vida era tão feliz,

Foi assim porque Deus quis.

 

Éramos o Romeu e Julieta,

Ganhei minha doce ninfeta

Para viver o eterno deleite

O prazer na cama se deite.

 

Amantes em noites de juras

Abraço e beijo, uma loucura.

Em tudo havia tanta química

No corpo nu daquela menina.

 

Havia amor, respeito, pureza

Um toque suave da natureza.

Éramos unidos de tanto amor

A vida era um jardim em flor.

 

A cidade ali vivia encantada,

Com a felicidade da amada.

Do casal a jurar amor eterno

Tudo era poesia e era verso.

 

Vida muda e o tempo passa

Mundo cruel, perde a graça                          

Belo casal Julieta e Romeu

Noites de sonho se perdeu.

 

Peruíbe SP, 26 de agosto de 2023.

 

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

REDE DE REABILITAÇÃO "LUCY MONTORO" - SANTOS SP

 

Adão de Souza Ribeiro

                                   O A.V.C. hemorrágico conduziu-me à Rede de Habilitação “Lucy Montoro, em Santos SP. Na chegada deparei-me com garboso prédio bem cuidado e  com uma limpeza impecável. Todos receberam-me com toda atenção e carinho, que lhe são peculiares.

                                   A Direção apresentou-me o corpo de funcionários e profissionais, bem como, o material técnico disponível à Instituição. Eu tomei conhecimento, que a “Rede Lucy Montoro” tem como objetivo proporcionar o melhor e mais avançado tratamento de reabilitação para pacientes com deficiências físicas incapacitantes, motoras e sensório-motoras.

                                   À medida que o tratamento transcorria, fui testemunha da grande dedicação dos profissionais especializados, na busca de minha reabilitação. Também não posso esquecer do carinho dispensado de cada funcionário, isto é, desde a portaria, recepção, agendamento de horário, enfermaria e limpeza. Tudo sob a direção e comando do Dr. Celso Vilela.

                                   Durante o tempo que lá permaneci, recebendo o tratamento proposto, procurei estabelecer um elo de amizade e respeito para com todos. Eu queria deixar minha marca registrada como paciente. Posso dizer que a Rede de Reabilitação “Lucy Montoro” de Santos SP, deixou marcas eternas no meu coração.

                                   Diante de tudo isso, só tenho uma palavra: GRATIDÃO!

Santos SP, 24 de agosto de 2023.

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

A LOCOMOTIVA

 

Adão de Souza Ribeiro

A vida é uma locomotiva

A puxar pesados vagões.

E nas suas vindas e idas,

Ela andava pelos sertões.

 

Parecia enorme serpente

Deslizando pelos trilhos.

Nos vagões tanta gente,

De doutor a andarilhos.

 

Cérebro era maquinista,

E para não ferir pessoas.

Tocava buzina, pianista.

E tudo seguia numa boa.

 

Levava pessoa ou carga,

Cruza vales e campinas.

A estrada curta ou larga

E ela já partia na matina.

 

Na estação ela descansa

E lá repõe a sua energia

Nada teme, não se cansa.

Está longe o fim do dia.

 

Locomotiva como a vida

Segue firme seu destino.

Leva tudo o que precisa.

Até o sonho de menino!

 

Peruíbe SP, 23 de agosto de 2023.

A HISTÓRIA VIVIDA COM O REV. ONO

 

Hiromassa Iwai

 

"O tempo teima em desbotar as memórias do passado. Ainda assim, aos 81 anos de idade, quando relembro minha infância e adolescência em Guaimbê, com toda a alegria e adversidades de uma época árdua, é impossível dissociar minha memória da figura do Rev. Ono. Ele, através de seu exemplo e ações, atuou na transformação e construção de minha identidade, autoestima e orgulho de ser nihondim.

 

Guaimbê, uma cidade abençoada por Deus! Inesquecível para todos nós, ex-guaimbêenses que choram por ela. Vivi e curti intensamente as décadas de 40, 50 e 60, época de muita bravura dos nossos pais imigrantes, que trabalharam duramente para sobreviver e educar os filhos dentro da tradição e espírito nipônico.

 

Nasci no início da década de 40, já envolvido pela turbulência da Segunda Guerra Mundial. Com a entrada do Japão neste conflito e o rompimento das relações diplomáticas com o Brasil, a comunidade japonesa sofreu consequências desastrosas. Restrições, discriminações e preconceitos prevaleceram, e, devido ao nacionalismo e fanatismo exacerbado, a colônia japonesa ficou dividida entre os kachigume e makegume, protagonizando a mais sangrenta e insana história da imigração japonesa. Tempos assustadores em que sofremos preconceitos e fomos ridicularizados, o que abalou a autoestima da comunidade japonesa. Ser xingado de “soi” rasgado era até compreensível, mas de bode, bodinho, me intrigava (após ler o livro "Corações Sujos" de Fernando Moraes, o escritor explica que o uso de cavanhaque e barba por alguns imigrantes gerava o apelido de bode).

 

Em tempos tão sombrios, a busca pelo equilíbrio emocional, maturidade, autoconfiança e autoestima era necessária para superar os sentimentos desgastados pelo conflito. Encontrar um nihonjin para ser uma referência, exemplo e orgulho se tornou essencial. Posso afirmar que encontrei na figura do Rev. Barnabé Kenzo Ono e sua esposa, Sra. Fuki, essa inspiração.

 

Após a dolorosa e repentina perda de nossa mãe, Sra. Haru Iwai, o Rev. Ono surgiu em nossas vidas, atento ao momento de pesar e tristeza. Ele pediu ao meu pai, Shingo Iwai, que nos enviasse para a Escola Dominical da Igreja Ascensão de Guaimbê, para diminuir a dor e o peso do luto. Assim, comecei a frequentar, aos sete anos de idade, juntamente com meus irmãos, todos pequenos: Ayako, Takenori e Takeyo, a Escola Dominical para entoar cânticos de louvor e prestar gratidão a Deus. Com certo orgulho e respeito, levávamos as moedas que nosso pai dava como oferta de gratidão a Deus. A igreja Ascensão de Guaimbê, pequena, singela e branca, era, para minha memória, a mais bela, charmosa e inesquecível igreja. Neste espaço santo, o Rev. Ono nos ensinou a sempre louvar e agradecer a Deus, tendo a certeza de que somos ricamente abençoados por Ele.

 

O Rev. Ono era conhecido na comunidade japonesa como Ono sensei. A palavra "sensei" tem um forte significado, definindo ser ético em todos os sentidos, sendo um título honroso. Ainda jovem, ele já tinha meu respeito e admiração, e, ao mesmo tempo, eu ficava intrigado com seu comportamento e atitude. Comecei a observar que Ono sensei era um japonês diferente do meu pai e dos pais dos meus amiguinhos.

 

Alguns fatos marcantes ficaram gravados em minha memória, e gostaria de compartilhar essas vivências que foram um privilégio e uma bênção em minha vida.

 

O primeiro cinema de Guaimbê era uma enorme oficina cedida pelo Sr. Minoru Sanda, adaptada com bancos sem encosto, bilheteria e uma tela. Era um local rústico, mas inesquecível para todos os guaimbeenses que se encantavam com a magia dos filmes e preenchiam suas imaginações. Lembro com carinho do meu pai trabalhando na bilheteria, e com admiração e surpresa, vi o Rev. Ono, em cima de uma enorme mesa, operando o projetor de filmes que ficava em cima de outra mesa. Confesso que fiquei extremamente orgulhoso de ver dois nihonjin cuidando desse espaço de entretenimento.

 

Em uma tarde de domingo, enquanto nós jovens da UME jogávamos tênis de mesa no gramado ao lado da igreja, o casal Rev. Ono e Sra. Fuki apareceu de mãos dadas, com um sorriso contagiante, como um casal de enamorados que acabaram de assistir a um filme na sessão da tarde. Eles vieram se juntar a nós para comentar o badalado filme da época, "Scaramouche". Era uma imagem encantadora, afinal, nas décadas de 40 e 50, na comunidade japonesa, os homens frequentemente andavam na frente das mulheres.

 

A Sra. Fuki sempre se destacava pela sua discreta elegância, sendo uma dama admirável. Lembro com carinho quando eu estava na sala da casa paroquial, brincando com outros amiguinhos, e ela me chamou sutilmente, com um sorriso, para um canto. Provavelmente, para não me constranger, ela pegou na minha mão e cortou as unhas compridas e sujas, próprias de um moleque de rua. Essas lembranças sempre me emocionam.

 

Um fato pitoresco e significativo que vale ser lembrado foi quando o Rev. Ono convidou a nós, jovens da UME, para apreciar alguns quadros expostos nas paredes da sala da casa paroquial. Eram as pinturas abstratas do Mabe-san, que fizeram a galera palpitar, cada um com sua imaginação. O Rev. Ono disse apenas para olhar e apreciar as cores, nuances, tonalidades, formas e linhas das obras. Era o início da carreira do então desconhecido pintor Manabu Mabe. O Rev. Ono era um dos poucos dentro da comunidade japonesa que apoiava e acreditava no talento do pintor, que na época trabalhava na lavoura de café. Nós, jovens caipiras de uma pequena cidade do interior, tivemos o privilégio de apreciar a primeira exposição de arte da pintura abstrata daquele que foi um dos pioneiros da pintura abstrata no Brasil, destacando-se no cenário nacional e internacional.

 

Um dia de dezembro para ser lembrado... deparei-me com o Rev. Ono conversando animadamente com meu pai no bar e bazar Iwai, saboreando um cafezinho que era costume dele oferecer aos amigos mais íntimos. Por destino, o Rev. Ono me convidou para ir ao bairro Aliança, na casa do Mabe-san. Para minha surpresa, ao lado da residência, havia uma construção simples de madeira, retangular, onde adentramos subindo alguns degraus de escadas. Era o ateliê do Mabe-san, com alguns quadros na parede e latas de tintas e pincéis espalhados no assoalho. No bate-papo animado dos dois isseis, ficava visível a cumplicidade na arte da pintura. Retornando a Guaimbê com os materiais de pintura, fomos ao kaikan, e observei o Rev. Ono estendendo um pano de fundo branco no piso e, com latas de tintas e pincel em mãos, vi para meu espanto um exímio pintor que, com algumas pinceladas, estava pronto um lindo cenário para o palco do Natal. Fica na minha memória o privilégio de conhecer o primeiro ateliê no meio rural do consagrado pintor Manabu Mabe e minha admiração pela versatilidade do Rev. Ono.

 

O Natal, a mais bela e significativa festa da cristandade! O Natal da comunidade anglicana da Igreja Ascensão de Guaimbê era uma celebração marcante que encantava todo o povo guaimbeense. Foi um aprendizado para nós, nisseis mais reservados, que tivemos que vencer a timidez para participar do coral e entoar cânticos natalinos, encarnar personagens bíblicos no palco. Mérito ao Rev. Ono, Sra. Fuki e Anna, que implementaram e incentivaram a realização do evento natalino.

 

Guardo vivamente outras memórias relevantes onde o Rev. Ono revelou seu lado criativo e surpreendente, como a construção de uma quadra esportiva iluminada ao lado da Igreja, com espaço suficiente para jogar voleibol e futebol de salão. Nesse cenário, a UME participou de um campeonato interno de futebol de salão da cidade e sagramo-nos bicampeões nessa modalidade esportiva, para a surpresa e admiração dos guaimbeenses, que diziam, naquela época, que, em matéria de futebol, os japoneses eram todos iguais. Assim, quebramos essa escrita com muito orgulho. O tênis de mesa foi o esporte que encantou e uniu os jovens da UME (União Mocidade Episcopal). Através desse esporte, tive a felicidade em minha vida acadêmica de odontologia de sagrar-me campeão no Torneio Universitário em Lins.

 

Não poderia deixar de citar uma viagem inesquecível que o Rev. Ono proporcionou aos jovens umeistas, cujo transporte fomos na carroceria de um caminhão com cobertura de lona. Visitamos a interessante comunidade Yuba, onde conhecemos sua filosofia de vida comunitária. Participamos de uma saborosa refeição comunitária e, também para nossa surpresa, um banho coletivo de ofurô. Após essa visita, aportamos em Pereira Barreto, onde confraternizamos com os simpáticos jovens da Igreja Santo André, participando das reuniões da UME, estudo bíblico e animadíssimos jogos de voleibol e tênis de mesa. O Rev. Ono sempre prestigiou o esporte, incentivou a cultura e o fortalecimento de nossa espiritualidade.

 

A última lembrança que guardo do Rev. Ono foi quando um grupo de umeistas foi assistir ao culto dominical no bairro Aliança, onde sua família ficou alojada em uma das casas do Sr. Nohara, antes de mudar para Pereira Barreto. À tarde, o Rev. Ono planejou uma excursão ou melhor, um piquenique, onde fomos na carroceria de um trator, e ele, a Sra. Fuki e Anna, de charrete, e outros de bicicletas. O local era no topo de um morro, aconchegante, onde celebramos a vida, prestando louvor e gratidão a Deus e saboreamos um gostoso bento com alguns sacos de frutas. Guardo comigo algumas fotos cujas imagens retratam esses momentos inesquecíveis. “A vida é feita de momentos e pessoas queridas que fazem desses momentos especiais... transformam em dias simples em dias especiais”.

 

Ao ler o livro "A Vida do Rev. Ono", escrito pela senhora sua esposa Fuki Ono, foi possível compreender porque o pequeno Ken, na sua caminhada pela vida de percalços, abandono, angústia, bravura e resiliência, se torna um homem talhado para a vida missionária. O traquejo adquirido na labuta da lavoura, na pecuária e o seu tino comercial resume-se na "Universidade da Vida", dita pelo bispo Lee ao término do curso de teologia no Japão, referindo-se aos anos vividos pelo Rev. Ono no Brasil, onde superou todos os embates que a vida impôs e tornou-se um missionário evangelizador, empreendedor e extremamente arrojado. Construiu a Igreja da Ascensão em Guaimbê com muito sacrifício e dedicação, sem respaldo da Instituição (IEAB), conquista esta louvável e digna de admiração. Outro fato para ser lembrado foi na época em que cursava o ginasial em Getulina, onde via com admiração uma enorme cruz fincada no terreno com a inscrição "Igreja Episcopal do Brasil". Infelizmente, o projeto da emancipação da Igreja da Ascensão de Guaimbê, via agronegócio viu-se interrompido por ordem superior da hierarquia da Igreja Episcopal, e o Rev. Ono foi obrigado a transferir-se para a Igreja Santo André em Pereira Barreto.

 

Homenagear e enaltecer o Rev. Ono é uma condição imperativa para um homem íntegro e de muita fé. Esta fé que incutiu nos membros de sua igreja e pela sua visão abrangente enriqueceu-os com suas atividades, além de religiosa, cultural e social.

 

Ao finalizar o meu relato, não poderia deixar de citar e enaltecer a figura da Sra. Fuki Ono e prestar o meu respeito, admiração e gratidão.

 

Sra. Fuki, uma mulher meiga e bondosa, filha de magistrado, portanto de uma família culta no Japão, ao aportar no Brasil, no interior de São Paulo, na época Guaimbê, uma colônia japonesa a se desbravar, acredito que foi para ela assustador e frustrante. Deixando de lado vários de seus sonhos pessoais e aspirações, para servir aos outros, ela soube conduzir a sua vida ensinando-nos pelo exemplo que o segredo da existência humana reside não somente em viver, mas saber por que se vive.

 

Rev. Ono e Sra. Fuki parecem ter sido moldados a partir de um material mais raro, brilhante e precioso. Nasceram para servir, ajudar e espalhar a palavra de Deus. Somente um grande e sublime amor vivido por este casal foi possível superar as adversidades do ministério pastoral e deixaram um legado de religiosidade e resiliência que serviu de alicerce ao caráter e à fé de todos nós.

 

Neste relato, busquei compartilhar as lembranças e vivências de minha infância e adolescência em Guaimbê, enaltecendo a figura inspiradora do Rev. Barnabé Kenzo Ono e sua esposa Sra. Fuki. Suas ações, ensinamentos e amor ao próximo fizeram toda a diferença em minha formação e na de tantos outros. Agradeço a Deus por tê-los colocado em meu caminho e por ter tido a oportunidade de conhecê-los e aprender com eles.

 

Que suas memórias e legado permaneçam vivos em nossos corações e que suas histórias de vida continuem a inspirar e motivar as gerações futuras. Com gratidão e respeito, presto minha homenagem ao Rev. Barnabé Kenzo Ono e Sra. Fuki Ono, verdadeiros exemplos de fé, amor e serviço ao próximo. Que Deus os abençoe sempre. Amém.

 

 

terça-feira, 22 de agosto de 2023

OS MEUS AIS

 

Adão de Souza Ribeiro

Só Deus sabe dos meus ais

Onde estão velhos amigos.

Lindas tardes de domingo

Que infância não vê mais.

 

A doce música na vitrola

Bem na rua a enxurrada.

Ao lembrar a casa chora,

Com falta da molecada.

 

Infância no pé de manga

Caçar ave com a arapuca

O futuro só coloca canga

O passado que machuca.

 

Comida no fogão à lenha

Com cheiro de nossa avó

E a vaca Mimosa prenha

No quintal, o galo rabicó.

 

O rumo do grupo escolar

Lindo caminho tão suave

A mestra ensinou escalar

Não saber é muito grave.

 

Só quem viveu no paraíso

Sabe o que é duro acordar

E sem ter o eterno sorriso

Das serenas noites de luar.

 

Peruíbe SP, 22 de agosto de 2023

 

 

 

SEM DESTINO

 

Adão de Souza Ribeiro

As ondas vêm e vão

Vem e vão as ondas

As aves voam tontas

Voa tonto o gavião.

 

A alma brinca livre

Brinca livre a alma.

Calma não se prive

Não se prive calma.

 

Não ande sem rumo

Sem rumo não ande

Avante é seu prumo

Seu prumo é avante.

 

E viva sem ter medo

E sem ter medo vida

Sua lida e o segredo

O segredo sua lida.

 

Corra e sem destino

E sem destino corra

Louva e faça o hino

Faça o hino e louva!

 

Peruíbe SP, 22 de agosto de 2023.

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

VIVA A VIDA

 

Adão de Souza Ribeiro

O dia convida a natureza

Bailar ao sabor do vento.

Num jeito calmo e lento,

Para sentir a pura beleza.

 

E não queira ter pressa,

Pois é mistério o futuro.

Nada é eterno e seguro

Sê feliz, não se esqueça.

 

O hoje que a vida te dá

Tira o que ela te ensina

Pois ao virar a esquina.

Verás que não é a de cá.

 

Que seja alegre por tudo

Amor que não deu certo

Risque logo do caderno

Respire um ar mais puro.

 

Não sofra e nem insista,

Veja o infinito universo

Quanta beleza no verso.

Vá e viva, apenas viva!

 

Peruíbe SP, 21 de agosto de 2023.

 

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

O POETA E A MUSA

 

Adão de Souza Ribeiro

Mulher, tu nem imaginas

O quanto ainda te desejo.

Há de ser sempre menina,

Alegrar este teu sertanejo.

 

Na alma só tu tens a leveza

No coração a força do amor

Lá no castelo, és a princesa

No jardim da vida, bela flor.

 

Dizem por aí que sou poeta

Poeta eu creio que não sou

Dor de amor, o peito afeta.

É como o jardim sem flor.

 

És loira, morena ou cafuza

Para o sonho nada importa

Para ilusão basta ser musa

E faz do coração um idiota.

 

Tens o poder econômico

Lá naquela terra caipira.

Eu jamais direi teu nome

E nem violarei a tua vida.

 

Esta tua beleza me seduz,

E me faz perder o sentido

No teu corpo brilha a luz,

Que me faz perder o juízo!

 

Peruíbe SP, 18 de agosto de 2023.

terça-feira, 15 de agosto de 2023

O BEIJA-FLOR

 

Adão de Souza Ribeiro

 

Queria ser como beija-flor

Voar em busca do néctar.

Um dia espiar pela fresta,

A vida em pleno frescor.

 

E para poder plainar livre

Firme ao sabor do vento.

Dançar por muito tempo

Sonhar enquanto se vive.

 

E fazer do dom de voar,

A meta a ser alcançada.

Se sua vida tão agitada

Não furtar a luz do luar.

 

O destino lhe deu a asa

Colorida, linda e forte.

Para ir ao sul e ao norte

E voltar feliz para casa.

 

E com o seu longo bico,

Sugar calma o doce mel

No voo livre tocar o céu

Sem temer o tal perigo.

 

Ser um pequeno colibri

É um sonho de menino

Não há nada tão divino

Voar e só livrar-se de ti!

 

Peruíbe SP, 15 de agosto de 2023.  

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

O VERDE GAIO

 

Adão de Souza Ribeiro

Se pelas ruas de Santos eu ando

Eu fico alegre e olho de soslaio.

Lá está o simpático Fernando,

No restaurante “Verde Gaio”.

 

Ele atende todos com cortesia

Enquanto a sua amada esposa,

No caixa vê alegre a freguesia

Dizer: “Boa a refeição, nossa”.

 

Cardápio tem diversas opções

Mas o sorriso como tempero.

O sucesso tem lá suas razões.

Pessoas como ele, eu venero.

 

Ambiente tão alegre e cheio,

É ponto da Alexandre Martins

Digo de coração e sem rodeio

Ser seu amigo, bom para mim!

 

Só bem atendido sacia a fome

Por isso torno-me seu freguês

E “Verde Gaio”, é o seu nome

Dialeto oriundo do português.

 

Peruíbe SP, 14 de agosto de 2023.

O DIA MUDA

 

 

Adão de Souza Ribeiro

O dia foi dormir no horizonte

Num sono calmo e profundo.

Ele estava cansado do ontem

Pois se sentia muito iracundo.

 

Lá longe de tudo e de todos.

Ele queria isolar-se e refletir

A felicidade parecia engodo,

E quantas vezes quis desistir.

 

A lua seria sua testemunha

E teria o apoio das estrelas

Sonhar, lá quem se opunha

Voar na asa das borboletas.

 

Lá aonde o mar beija o céu

A natureza brinca tranquila

Feliz a paz estende seu véu

O futuro para tem preguiça.

 

Lá até onde o olho alcança,

Deve morar esse tal paraíso.

A alegria no barco balança,

Mudar de rumo é preciso!!

 

Peruíbe SP, 14 de agosto de 2023.

 

 

sábado, 12 de agosto de 2023

CADÊ MEU PAPAI!

 

Adão de Souza Ribeiro

Se vai o tempo, tempo se vai

Porém a vida ainda continua.

Deus, por onde anda meu pai,

Sofro e choro de saudade sua!

 

Deixou os exemplos de moral

A família cuidou com esmero.

Partiu sem ao menos dar tchau.

No céu quero vê-lo, eu espero.

 

Eu penso que seu dia são todos,

Todos os momentos de carinho.

Sonho toda hora com seu rosto.

Acordo, vejo que estou sozinho.

 

Aonde esteja, cuida bem de mim.

Ouça minha voz e veja a tristeza.

Hoje, eu sei que é o anjo serafim

Ao lado de Deus goza da realeza.

 

Fez da caminhada a sua missão

Nunca fugiu e nem negou a luta.

Há de morar neste meu coração,  

Para descansar, depois da labuta.

 

Meu pai, e neste dia tão festivo,

Compartilha essa alegria eterna.

E a doce gratidão leva consigo,

Como prova do amor na terra!

 

Peruíbe SP, 13 de agosto de 2023.

 

 

 

OS AFAZERES DE JÚLIA

 

Adão de Souza Ribeiro

No Lucy, a equipe de frente

Forma a mais linda tertúlia.

Com amor ajuda o paciente

E dentre elas, a nossa Júlia.

 

Com doutor Celso na batuta

A orquestra segue seu ritmo.

A glória é a certeza absoluta,

Sou admirador e não crítico.

 

Sei que é de pouco sorriso,

Todos têm seu jeito de ser.

Está sempre de sobreaviso

Ao que pode vir acontecer.

 

Tudo segue até o fim do dia

Cada um cuida dos afazeres.

Júlia sorri e vê a benfeitoria

Por cumprir os seus deveres!  

 

Peruíbe SP, 12 de agosto de 2023.

 

A GRAÇA DE DANIELE

 

Adão de Souza Ribeiro

Ser triste de mim não espere

Eu sei que a tristeza maltrata

Pois espelho-me em Daniele,

Que em tudo, ela acha graça.

 

E do paciente ela faz a ficha,

No atendimento ser inserido.

Ela é detalhista e não prolixa

É disso que eu muito preciso.

 

Que bonito o corte de cabelo

Vê, isso a coloca em destaque.

Lá na recepção é uma modelo

Dá elegância e um belo realce.

 

Daniele no Lucy Montoro Rede

Para mim, diz que fazer o bem,

Ajuda na cura, a fé mata a sede

Reabilitar é algo que vai além!

 

Peruíbe SP, 12 de agosto de 2023.

 

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

ULYSSES, O GUERREIRO

 

Adão de Souza Ribeiro

Um certo dia alguém me disse,

E consta nos livros de história.

Que o bravo guerreiro Ulysses,

Lutou lá na tal Guerra de Tróia.

 

Fiquei feliz, pois aqui no Lucy,

Vejo Ulysses, grande operário.

Ele cuida de tudo e jamais vi.

E zeloso, coordena o horário.

 

Com estratégia, todos agrada.

E os diretores colhem alegria.

Do trabalho louro, não tarda.

Tudo respira a doce honraria.

 

A equipe são bravos soldados

Que lutam por uma perfeição.

Pacientes sentem-se afagados.

A vitória presenteia a missão!

 

Peruíbe SP, 11 de agosto de 2023.

OS PORTEIROS DO CÉU

 

Adão de Souza Ribeiro

O Lucy é sempre o nosso céu,

Disso eu não guardo segredo.

Pois lá estão Adriano e Rafael

A me receber logo bem cedo.

 

Saúdam com sorriso na face,

Organiza na entrada e saída.

E que seu tratamento abrace,

Quem vem, do Lucy precisa.

 

São Pedro, são os verdadeiros,

Agradam a Deus e o Dr. Celso

Seja do último até o primeiro,

Vê cada um da ida ao regresso.

 

Quando termina o expediente,

Do céu fecha portas e janelas.

Então despedem do paciente

Amanhã nova labuta espera!

 

Peruíbe SP, 11 de agosto de 2023.