Adão de Souza
Ribeiro
Só Deus sabe dos meus ais
Onde estão velhos amigos.
Lindas tardes de domingo
Que infância não vê mais.
A doce música na vitrola
Bem na rua a enxurrada.
Ao lembrar a casa chora,
Com falta da molecada.
Infância no pé de manga
Caçar ave com a arapuca
O futuro só coloca canga
O passado que machuca.
Comida no fogão à lenha
Com cheiro de nossa avó
E a vaca Mimosa prenha
No quintal, o galo rabicó.
O rumo do grupo escolar
Lindo caminho tão suave
A mestra ensinou escalar
Não saber é muito grave.
Só quem viveu no paraíso
Sabe o que é duro acordar
E sem ter o eterno sorriso
Das serenas noites de luar.
Peruíbe SP, 22 de
agosto de 2023
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