quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

O MESSIAS

 

Adão de Souza Ribeiro

 

                        O mundo estava em ebulição. O que imperava era a escravidão, o pecado, a profanação do Divino, a falta de fé, culto ao demônio, a prostituição, a luxúria, enfim, tudo que não agradava aos olhos de Deus. Então, certo dia, o Divino Criador, achou por bem dar um fim em tudo aquilo, isto é, enviar seu filho, o Messias. Antes mesmo de enviar um Salvador, já era anunciado a sua vinda.

                        Eis que era chegada a hora. Conforme prometido, Ele nasceu numa manjedoura, vindo de uma família pobre, ou seja, o pai um carpinteiro e a mãe uma recatada dona de casa. A manjedoura era aquecida por animais e não por aquecedores luxuosos.

                        Ao saber que Ele viera para salvar o mundo, o Rei Herodes determinou uma verdadeira caçada ao infante. Parece que, doravante, aquela seria a sina, de quem pretendesse salvar o mundo das garras dos malfeitores. Mas Ele não se esmoreceu e continuou firme nos seus passos, seguindo o que foi traçado por seu Pai Celestial. Missão dada é missão cumprida.

                        Conforme combinado, começou a curar cegos, surdos, coxos, leprosos, ressuscitar mortos e, dentre outras coisas, exorcizar espíritos malignos. Também revogou o Antigo Testamento, abominando a bigamia, incesto, prostituição, homossexualismo, lesbianismo, adultério, comércio da fé, cultos profanos, injustiça social, exploração do Estado contra o povo e tantas outras coisas. Durante a peregrinação, escolheu a dedo, doze homens para auxiliá-lo a espalhar a boa nova.

                        Relata a Sagrada Escritura que, por onde o Messias passava, Ele arrastava multidões com sede de milagres, justiça social e ensinamentos proféticos. Aquilo causou temor aos mandatários, religiosos e políticos. Quando disse aos seguidores: “O meu Reino não é deste mundo” e, ainda, “O meu Pai é o Rei dos Reis”, aquilo foi o estopim e decretaram a sua morte.

                        Como pode um andarilho afrontar o Rei Herodes ?” Por um punhado de trinta moedas, um dos doze escolhidos o traiu, entregando-o aos soldados romanos. Depois de ser submetido à Corte, chamada de Sinédrio, num julgamento fraudulento, foi condenado a morte, através da crucificação. Até o acusaram de revolucionário, charlatão e curandeiro. O Sinédrio era composto de altas autoridades políticas e eclesiásticas (sumo-sacerdotes judeus).  

                        Antes, porém, Cláudia ou Prócula – esposa de Pôncio Pilatos -, após uma visão, alertou-o de que ele estava condenando um inocente. Uma vez sentenxiado pelo Sinédrio, caberia ao Governador da Judéia, confirmar ou anular a pena, isto é, a crucificação. Então, Pôncio Pilatos – Governador da Judéia acovardou-se, colocando o Messias e o ladrão Barrabás, para que o povo escolhesse quem deveria ser solto. Instigado por infiltrados, o povo escolheu libertar Barrabás e condenar o Messias.

                        O povo que estava estupefato com o sofrimento do Salvador, acompanhava chorosos, a sua “Via Crucis”. Ele recebeu em suas costas, não as chibatadas dos soldados Romanos, mas, sim, os pecados e amarguras do povo sofrido e escravizado. Foi escarniado, humilhado e sofreu calado, pois sabia que iria receber o galardão do céu. Ele tinha convicção de que “O Reino dele, não era deste mundo”.

                         O Messias foi condenado a morte, não por propagar a fé e curar enfermos, mas, sim, porque representava perigo a Monarquia e a Igreja. A Monarquia o taxava de revolucionário e agitador; já a Igreja o taxava de charlatão e ilusionista. Ele pagou com a própria vida, por defender os ensinamentos de seu Pai Celestial e por amar o mundo, cuja missão recebida, foi de salvá-lo.

                        No ano 2023, da era cristã, nada mudou. A terra está em transe, com terremoto, furacão, vulcão, maremoto, tsunami, queimada, aquecimento global, neve, guerra, fome, violência, ganância pelo poder, destruição da família e da fé, etc. Sodoma e Gomorra, Torre de Babel, Dilúvio, que demonstraram o descontentamento de Deus, continuam não sendo observados.

                        O Pai Celestial, mais uma vez, na sua divina bondade, enviou o Messias, para salvar seu povo da sagrada terra tupiniquim: da exploração de ditadores, da fome, da corrupção, dos falsos profetas, da degradação da família e da religião, da mentira, da profanação do sagrado e por aí se vai.

                        Mas, infelizmente, a história se repete. O povo manipulado por forças ocultas, decidiu soltar o ladrão e reconduzi-lo ao poder. Quanto ao Messias, o Sinédrio tenta a todo custo, através de provas insanas, condená-lo a crucificação, para deleite das autoridades políticas e eclesiásticas.

                        No início de sua peregrinação os auxiliares, que muito agradavam os seus olhos, acatavam os seus ensinamentos e o apoiavam. No entanto, quando os poderosos passaram a temer a sua popularidade e novamente começaram a persegui-lo com acusações sem prova, os auxiliares fugiram em debandada, deixando-o sozinho na arena dos leões, para ser devorado. Mais uma vez, jogaram sob suas costas as responsabilidades de todos os pecados do mundo.

                        Hoje há uma inversão de valores, pois não se pode pensar ou falar. Não é possível mensurar de quantos Messias, serão necessários para salvar o povo da terra santa tupiniquim. Creio que o Pai Celestial não vai desistir do seu povo e, novamente, enviar  Messias – o Salvador.

                        Amém!

 

Peruíbe SP, 19 de janeiro de 2023.   

 

 

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