segunda-feira, 19 de setembro de 2022

O AMOR E A GAIOLA

 

Adão de Souza Ribeiro

 

Sempre a quis que fosse minha,

A qualquer dia e qualquer hora

Apenas uma delicada avezinha.

A habitar minha humilde gaiola.

 

Queria você sempre por perto,

Cantar e afugentando meus ais

Hoje eu juro se não sei ao certo

Se aquilo era um querer demais

 

Gaiola jamais seria uma prisão

Mas o nosso eterno aconchego.

Onde em noite de lua e solidão,

Pudéssemos sonhar sem medo.

 

E esse querer quase que doentio,

E que há muito ele me atormenta.

E deixa no meu peito certo vazio

Vontade de você, que não aguenta.

 

Tento esquecer numa luta desigual

E não sei por que lhe quero tanto.

Algo mais forte que desejo sexual,

 Eu me realizo em ouvir teu canto.

 

Se no delírio deixar a porta aberta

Você quiser fugir da velha gaiola.

Saudar sua liberdade é coisa certa

O amor é livre e nunca se implora.

 

Peruíbe SP, 19 de outubro de 2022.

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