Adão de Souza
Ribeiro
Sempre a quis que fosse minha,
A qualquer dia e qualquer hora
Apenas uma delicada avezinha.
A habitar minha humilde gaiola.
Queria você sempre por perto,
Cantar e afugentando meus ais
Hoje eu juro se não sei ao certo
Se aquilo era um querer demais
Gaiola jamais seria uma prisão
Mas o nosso eterno aconchego.
Onde em noite de lua e solidão,
Pudéssemos sonhar sem medo.
E esse querer quase que doentio,
E que há muito ele me atormenta.
E deixa no meu peito certo vazio
Vontade de você, que não aguenta.
Tento esquecer numa luta desigual
E não sei por que lhe quero tanto.
Algo mais forte que desejo sexual,
Eu me realizo
em ouvir teu canto.
Se no delírio deixar a porta aberta
Você quiser fugir da velha gaiola.
Saudar sua liberdade é coisa certa
O amor é livre e nunca se implora.
Peruíbe SP, 19 de
outubro de 2022.
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