Adão de Souza
Ribeiro
Este meu coração é um cavalo arredio
Jamais quer ser domado pelo destino.
Pensa em
correr livre e transpor o rio,
Como nota solitária a compor um hino.
E sem rumo, ele pula, corre e dá coice,
Não quer que as rédeas do sentimento
Venha tocaiá-lo bem na calada da noite
Diz que é livre como as asas do vento.
E o desejo da pessoa amada o sufoca
Tira-lhe o trote e rouba aquela leveza
Segue sozinho o seu destino sem rota
Nada teme e nem sua própria tristeza
Forjado nas desventuras da tal sorte,
Não deixa ninguém chicotear a alma.
Se o amor mora pras bandas do norte
Vai galopando por ai com toda calma.
Quem domar este animal bem xucro,
Descobrirá que é um cavalo pangaré.
Tem um coração tão mole e tão puro
E a amada faz dele o que bem quer!
Peruíbe SP, 14
de abril de 2020.
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