Adão de Souza
Ribeiro
Às vezes nós temos que chorar
E esgoelar despudoradamente.
Pode ser de frente para o mar,
Com coração ou com a mente.
Chora, assim, como desabafo,
Lá na rua, na praça ou no leito.
Procura na lágrima um espaço
Para acalentar a dor do peito.
Não tenha vergonha e medo,
Grita, bate, esperneia, soluça.
Conta e não guarda o segredo
Brigue, nem que a vaca tussa.
Meu coração é fraco e meloso
Ele chora por tudo e por nada
Mas na falta
do beijo gostoso
Choro quieto até a madrugada.
Peruíbe SP, 19
de abril de 2020.
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