domingo, 19 de abril de 2020

CHORAR SEM PUDOR



Adão de Souza Ribeiro

Às vezes nós temos que chorar
E esgoelar despudoradamente.
Pode ser de frente para o mar,
Com coração ou com a mente.

Chora, assim, como desabafo,
Lá na rua, na praça ou no leito.
Procura na lágrima um espaço
Para acalentar a dor do peito.

Não tenha vergonha e medo,
Grita, bate, esperneia, soluça.
Conta e não guarda o segredo
Brigue, nem que a vaca tussa.

Meu coração é fraco e meloso
Ele chora por tudo e por nada
 Mas na falta do beijo gostoso
Choro quieto até a madrugada.
Peruíbe SP, 19 de abril de 2020.

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