Adão de Souza
Ribeiro
Quando bateu à porta
Um ser chamado amor
Escancarei todas as janelas
Da casa do meu coração.
Naquele dia, fiz festa,
Convidei pássaros e flores
Compus canção, fiz versos,
No caderno da felicidade.
Mas quando anoiteceu,
Ao redor do velho casebre,
Descobri que estava sozinho
E que a luz se foi para longe.
Se tudo na vida é sonho
E o tempo apaga pegadas
Na madrugada de pesadelos
Descanso num sono profundo.
Que amor é esse, meu Deus,
Que se perde em perguntas,
E que duvida tanto de mim?
Não sou demônio, nem querubim.
Quando bateu à porta
Uma tristeza tão insana,
Joguei o sonho pela janela,
E fechei-me dentro de mim.
Peruíbe SP, 07
de março de 2020.
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