Adão de Souza
Ribeiro
Eu saí para namorar, escondido de papai,
Lá no rio Dourado, isso bem longe daqui.
Mamãe muito cismada, disse: “Não vai”.
No namoro, o pássaro gritou: ”Bem te vi”.
Trocamo-nos caricias num amor sem fim
Loucuras de desejo e com muito esmero
De repente ouvi a voz no meio do capim
Vendo a cena a ave disse: “Quero-quero”.
O amor é algo belo e, por isso, tão divino.
Não há barreira, nem tempo e nem espaço.
Linda canção ao som do saudoso violino.
Perdi o compasso, disse a ave: “Tô fraco”.
Se conselho da minha velha fosse ouvido,
Sabedoria que ela trouxe do tempo do avô
Não teria saído para o namoro escondido,
Nem da ave ouvido gracejo: “Fogo pagô”.
Peruíbe, 30 de
março de 2020.
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