Adão de Souza
Ribeiro
Depois dos primeiros beijos,
Meio escondido e sem pressa.
Vivo ardendo em mil desejos,
Louco da vida, nada me resta.
Menina dengosa e jeito felina,
Amava meu corpo, sem pudor.
Assim foi na vida a minha sina
Viver entre o espinho e a flor.
Atrás do muro daquela escola,
Longe da vista da nossa mestra
Dormia o tempo, parava a hora
Tudo era prazer, sonho e festa.
Se assustava, eu dizia não é nada
Ela retribuía todo o meu carinho.
Amor ensurdecia e o sino tocava,
Sei que nada tocava nosso ninho.
Direi com calma e sem o receio,
Tempo feliz eu não terei jamais.
Como aquele, durante o recreio.
Hoje longos os anos e tristes ais.
Peruíbe SP, 27
de março de 2020.
Um comentário:
Gostei deste!! Nostálgico e real! Nos remete a um tempo, um momento que, senão vivemos, queriamos ter vivido!
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