Adão de Souza
Ribeiro
Sem rodeio ou milonga,
Ele vem e me assombra.
Com a insistente batida,
Vê se acorda para vida.
Na parede ou no pulso,
Sempre levo um susto.
Se ele vem bate a porta
E acelera tanto a aorta.
Não sei por que insiste,
Com seu dedo em riste
Dizendo tem tal pressa
Pois pouco tempo resta.
O ponteiro que apronta,
Quer o almoço ou a janta.
Nesta santa hora sagrada.
Parar nem de madrugada.
Tic tac mais calma voz
Afasta do mundo feroz.
Livra da vida o baque,
Na leve toada: tic tac!
Peruíbe SP, 11
de março de 2021.
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