quinta-feira, 11 de março de 2021

O RELÓGIO

 

Adão de Souza Ribeiro

 

Sem rodeio ou milonga,

Ele vem e me assombra.

Com a insistente batida,

Vê se acorda para vida.

 

Na parede ou no pulso,

Sempre levo um susto.

Se ele vem bate a porta

E acelera tanto a aorta.

 

Não sei por que insiste,

Com seu dedo em riste

Dizendo tem tal pressa

Pois pouco tempo resta.   

 

O ponteiro que apronta,

Quer o almoço ou a janta.

Nesta santa hora sagrada.

Parar nem de madrugada.

  

Tic tac mais calma voz

Afasta do mundo feroz.

Livra da vida o baque,

Na leve toada: tic tac!

 

Peruíbe SP, 11 de março de 2021.

 

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