quarta-feira, 10 de março de 2021

A BARGANHA

 

Adão de Souza Ribeiro

Mulher pára com esse negócio,

De que um larga e o outro pega.

No meu coração não tem sócio,

Amor não vende, troca, entrega.

 

Mulher vê logo se toma jeito,

Para de me fazer tanto ciúme.

E estou bem ligado no trejeito

Mais aceso do que vagalume.

 

Mulher pára de andar por aí,

Fala que ele é melhor que eu.

Já esqueceu, que muito sofri,

Quando de mim se escafedeu?

 

Mulher abra os belos olhos,

Certo nada será para sempre.

A agenda cabe em Abrolhos

Só viver o que resta da gente.

 

Mulher brinca com o desejo,

Como se nada fosse tão sério.

E não verá no outro o solfejo,

Rima, só tem no meu caderno.

 

 

Não troca o certo pelo errado

Dardo da seta atinge a meta.

Se sou o príncipe encantado,

Verá que fez a escolha certa.

 

Mulher se quer viver sozinha,

Abandonar um coração moço.

Não ama, volta lá na cozinha,

Corre e vai já fazer o almoço!     

 

Peruíbe SP, 10 de março de 2021.

 

 

 

 

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