Adão de Souza
Ribeiro
Vejo que meu coração de menino
Mora eternamente dentro de mim
Tudo é sempre sonho e um hino,
Navegando nas asas do querubim.
O coração infantil, juízo não têm.
E maldade no peito, menos ainda.
As brincadeiras de amor vão além,
Da mansidão da tarde que se finda.
A velha saudade espia pela fresta,
A felicidade que se foi e não volta
Do sonho infantil, nada mais resta.
A tênue lembrança, atrás da porta.
Na rua descalça e sob a lua cheia,
Desfila o seu amor, toda dengosa.
Instigando a doce fantasia alheia,
E por onde passa o cheiro de rosa.
Não aprende o menino sonhador,
Que tudo é frágil e, um dia, passa.
E só fica o cheiro da menina flor,
A povoar o sonho e fazer pirraça.
Peruíbe SP, 09
de fevereiro de 2010.
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