domingo, 29 de maio de 2022

DEVANEIOS

 

Adão de Souza Ribeiro

 

Quando eu acordar tarde da noite

A chorar e com o sintoma de surto,

É o flagelo da vida que feito açoite

Visita meu sono a guardar seu luto.

 

E se me ver chorando e sem o sono,

Conta lindas histórias pra eu dormir.

Por favor, cubra do vento minuano,

Deixa o sonho voar como um colibri.

 

Afugenta, pois, os pesadelos de mim,

 Finjo ser forte, porém, forte não sou.

Pega-me nos braços, eu sou curumim

Minh’alma tem a leveza do beija-flor.

 

E se, por ventura, eu chorar baixinho,

Num choro tão pesaroso, só a soluçar.

Conforta-me, diga: Não está sozinho.

Tem companhia da bela noite de luar!

 

E se atrapalharem os meus devaneios.

Fazer deste meu sono um mar revolto,

Proteja-me com o calor dos teus seios

Com tua doçura, faça dormir de novo!

 

Peruíbe SP, 29 de maio de 2022.

 

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