Adão de Souza Ribeiro
Quando eu acordar tarde da noite
A chorar e com o sintoma de surto,
É o flagelo da vida que feito açoite
Visita meu sono a guardar seu luto.
E se me ver chorando e sem o sono,
Conta lindas histórias pra eu dormir.
Por favor, cubra do vento minuano,
Deixa o sonho voar como um colibri.
Afugenta, pois, os pesadelos de mim,
Finjo ser
forte, porém, forte não sou.
Pega-me nos braços, eu sou curumim
Minh’alma tem a leveza do beija-flor.
E se, por ventura, eu chorar baixinho,
Num choro tão pesaroso, só a soluçar.
Conforta-me, diga: Não está sozinho.
Tem companhia da bela noite de luar!
E se atrapalharem os meus devaneios.
Fazer deste meu sono um mar revolto,
Proteja-me com o calor dos teus seios
Com tua doçura, faça dormir de novo!
Peruíbe SP, 29
de maio de 2022.
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