sábado, 28 de maio de 2022

A ESCRAVIDÃO DO AMOR

 Adão de Souza Ribeiro

 

O amor nunca escraviza

Se ele escraviza é posse.

Pois se assim quer Eliza,

Sei, ainda é tempo, foge.

 

O amor puro não sufoca

Se ele sufoca é carrasco.

Pois se assim quer Rosa,

Não dê a ela um espaço.

 

O amor jamais humilha,

Se humilha é amor cruel.

Deixa os laços de Cecília

Há um galardão lá no céu.

 

O amor nunca desencanta.

Se desencanta amor não é

Esqueça amor de Iolanda,

E não arraste aos seus pés.


O amor é santo não sangra

Se sangra e te causa tédio,

Não corra atrás de Sandra

Ser feliz não é sacrilégio.

 

O amor é divino não irrita

Se irrita, o amor é herege.

Vá embora e deixe a Rita

O amor acaricia, protege.

 

O amor não é uma utopia,

Se for utopia, não se iluda

Esqueça  afagos de Sofia,

Fuja da mentira cabeluda.


O amor jamais assassina

Se assassina é uma farsa

E esqueça-se de Malvina,

Saudade fica, a dor passa.

 

Amor é canção, pasmem!

Desde cedo e de menino,

Ele já sofria por Carmem

E fez da ilusão seu hino.

 

Peruíbe SP, 28 de maio de 2022.

 

 

Nenhum comentário: