Adão de Souza Ribeiro
O amor nunca escraviza
Se ele escraviza é posse.
Pois se assim quer Eliza,
Sei, ainda é tempo, foge.
O amor puro não sufoca
Se ele sufoca é carrasco.
Pois se assim quer Rosa,
Não dê a ela um espaço.
O amor jamais humilha,
Se humilha é amor cruel.
Deixa os laços de Cecília
Há um galardão lá no céu.
O amor nunca desencanta.
Se desencanta amor não é
Esqueça amor de Iolanda,
E não arraste aos seus pés.
O amor é santo não sangra
Se sangra e te causa tédio,
Não corra atrás de Sandra
Ser feliz não é sacrilégio.
O amor é divino não irrita
Se irrita, o amor é herege.
Vá embora e deixe a Rita
O amor acaricia, protege.
O amor não é uma utopia,
Se for utopia, não se iluda
Esqueça afagos de Sofia,
Fuja da mentira cabeluda.
O amor jamais assassina
Se assassina é uma farsa
E esqueça-se de Malvina,
Saudade fica, a dor passa.
Amor é canção, pasmem!
Desde cedo e de menino,
Ele já sofria por Carmem
E fez da ilusão seu hino.
Peruíbe SP, 28
de maio de 2022.
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