sábado, 15 de fevereiro de 2020

O RIBEIRÃO


Adão de Souza Ribeiro


Sentado à beira do ribeirão,
O menino observa o silêncio
Conversa com o seu coração
Ouve a voz amena do vento.


Ali a água desliza tão mansa
Sem a pressa e rumo ao mar
E o sonhador nunca se cansa
De buscar seu eu e de pensar.


Se a felicidade não tem hora
Brota uma lágrima sofredora
E como o ribeirão, ele chora.
Lembra a filha da professora.


Lá longe a cidade só observa
O menino ali quieto, sentado.
A cantar triste, rezar sua reza
Nas águas lindas do passado.


Sabe que tudo na vida passa
Assim como a água cristalina
A curva do rio perde a graça
Levando o sorriso da menina.


Água vai seguindo o destino,
Fica em paz, filho se aquieta.
Nunca deixa de ser o menino
Navega nesses sonhos, poeta.

Peruíbe SP, 15 de fevereiro de 2020.

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