sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

A MONTANHA


Adão de Souza Ribeiro


A montanha ali firme e inerte
A cidade grita triste em agonia.
Mas se uma clama em prece,
Outra vive em paz noite e dia.


A natureza se ama e se abraça
À distância até parece um véu
Há pureza e uma eterna graça
Naquela leveza tocando o céu.


A nuvem toda cheia de encanto
Como manto toca a montanha,
É um hino eterno e sacrossanto
Numa felicidade plena tamanha.


O progresso mata a esperança,
Da cidade que acolheu com amor
É roubar de uma inocente criança
A ilusão de que tudo parece flor.


Mas a cidade já velha e cansada
Sofre e envelhece com a mazela
Chora e nada mais alegra, nada
Finda o sonho, morre uma era.     
  

Peruíbe SP, 14 de fevereiro de 2020.

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