Adão de Souza
Ribeiro
A montanha ali firme e inerte
A cidade grita triste em agonia.
Mas se uma clama em prece,
Outra vive em paz noite e dia.
A natureza se ama e se abraça
À distância até parece um véu
Há pureza e uma eterna graça
Naquela leveza tocando o céu.
A nuvem toda cheia de encanto
Como manto toca a montanha,
É um hino eterno e sacrossanto
Numa felicidade plena tamanha.
O progresso mata a esperança,
Da cidade que acolheu com amor
É roubar de uma inocente criança
A ilusão de que tudo parece flor.
Mas a cidade já velha e cansada
Sofre e envelhece com a mazela
Chora e nada mais alegra, nada
Finda o sonho, morre uma era.
Peruíbe SP, 14 de fevereiro de 2020.
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