terça-feira, 27 de outubro de 2020

PHILADELPHO E FLORISBELA

 

Adão de Souza Ribeiro

 

 

Quando Philadelpho conheceu Maria,

 A meiga e já sensual Maria Florisbela.

Ela ainda trazia o seu selo de garantia,

Era imaculada e ninguém tocara nela.

 

 

Ele, por sua vez, inocente e até capiau,

Não se declarava, temia ser humilhado.

Preferia guardar e sofrer daquele mau.

Não foi ser feliz, virou poeta: coitado!

 

 

A vida passou como tudo, um dia, passa.

Hoje, apenas uma flor perdida no jardim.

 Já Philadelpho, o sonhador, só vê graça. 

Nos versos capengas de ilusão sem fim!

 

 

Conta: História de devoção virou lenda,

Pois não há quem não apaixona e chora.

Romeu e Julieta fora na cidade pequena,

Queriam final feliz. E não viam a hora.

 

 

Maria Florisbela, a linda flor do arraial,

Por onde anda não se sabe, meu Deus!

Sabe-se apenas que o terrível vendaval,

Arrebatou-a de Philadelpho, escafedeu.

 

 

Aquele cenário não foi na idade média

Por isso é preciso que saibam o porquê

O enredo da comovente tragicomédia.

Foi nas longínquas terras de Guaimbê.

 

 

Peruíbe SP, 27 de outubro de 2020.

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