Adão de Souza
Ribeiro
Quando Philadelpho conheceu Maria,
A meiga e já
sensual Maria Florisbela.
Ela ainda trazia o seu selo de garantia,
Era imaculada e ninguém tocara nela.
Ele, por sua vez, inocente e até capiau,
Não se declarava, temia ser humilhado.
Preferia guardar e sofrer daquele mau.
Não foi ser feliz, virou poeta: coitado!
A vida passou como tudo, um dia, passa.
Hoje, apenas uma flor perdida no jardim.
Já
Philadelpho, o sonhador, só vê graça.
Nos versos capengas de ilusão sem fim!
Conta: História de devoção virou lenda,
Pois não há quem não apaixona e chora.
Romeu e Julieta fora na cidade pequena,
Queriam final feliz. E não viam a hora.
Maria Florisbela, a linda flor do arraial,
Por onde anda não se sabe, meu Deus!
Sabe-se apenas que o terrível vendaval,
Arrebatou-a de Philadelpho, escafedeu.
Aquele cenário não foi na idade média
Por isso é preciso que saibam o porquê
O enredo da comovente tragicomédia.
Foi nas longínquas terras de Guaimbê.
Peruíbe SP, 27
de outubro de 2020.
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