quinta-feira, 8 de outubro de 2020

DE REPENTE

 

Adão de Souza Ribeiro

 

De repente, tudo estanca.

E o que foi, um dia, já era.

Nó preso na tua garganta

Sem pressa, agora espera.

 

 

A vida prega lá sua peça,

História do faz de conta.

E se for o ator, não peça

 Nada, o autor não conta.

 

 

E o amor na puberdade,

Que foi lindo virou tema.

Seja sincero, fala verdade:

“Será que valeu a pena?”

 

 

De que adianta egoísmo

Ou o diploma na parede

Se o mistério apaga isso

E a morte lança a rede?

 

 

Seu carro caro e do ano

Com o seu lindo castelo

Apenas o sonho profano.

Nada é seu e nem eterno.

 

 

O corpo curvo, dolorido.

Diante de tanta surpresa

Por que correr esse risco?

Devia ter tomado cerveja.

 

 

Peruíbe, 08 de outubro de 2020.

4 comentários:

Selma Santos disse...

Adorei!
Mais uma vez, meus Parabéns...oh sábio guru! Saudades...

léia disse...

Lindo !!!
Parabéns 🌻🌻

Helena disse...

Gostei 👏👏👏

Unknown disse...

Muito lindo e verdadeiro !!!!