Adão de Souza
Ribeiro
No filme “O Jovem Messias”, do cineasta Cyrus
Norawsteh, baseado na obra de Anne Rice, intitulada “Cristo Senhor: A saída do
Egito” retrata a infância de Jesus Cristo. Sem ser herege, ele era uma criança,
como todas as crianças de sua época, isto é, corria, brincava, sonhava e sofria.
Afinal de contas, era um menino e não sabia da sua divindade.
Aos sete anos como toda criança Jesus queria
brincar, se divertir com outras crianças, porém seus deveres acabavam barrando
a sua vontade, em certo momento, Jesus ressuscita um pássaro morto, o que seria
o seu primeiro milagre.
Naquela idade, quando retorna do Egito para
sua casa em Nazaré com sua família, ele descobre a verdade sobre sua vida. Ele
percebe que é Filho de Deus, enviado por Deus, para ser o Salvador da
humanidade. Embora com seus poderes Divinos, Ele veio em forma de homem e, por
isso, foi-lhe concebido o direito de crescer como toda criança.
Em momento algum durante suas peraltices sem
maldade, os pais dele se deixaram levar por opiniões alheias, de como deveria
educar e conduzir o filho santo. Não procuraram psicólogos e nem se basearam no que a
sociedade da época dizia a respeito de como deveria orientar o Jesuscristinho.
O pai José, um humilde carpinteiro e a mãe
Maria, uma zelosa dona de casa, deixavam a criança à vontade, embora soubessem
dos poderes Divinos do mesmo. Deixavam à vontade, embora vigiassem para que Ele
não fosse maltratado ou perseguido. Como homem, foi vivendo cada fase da vida,
em toda sua plenitude.
Os pais só revelaram à Ele, a sua sagrada
missão na terra, no momento oportuno. Não anteciparam a sua maturidade, para
que Ele pudesse compreender os sonhos e angustia de cada momento da vida.
Embora como santo tenha vindo pronto; como homem, aos poucos, foi descobrindo o
caminho da perfeição. Não se deixou levar pelas tentações de Satanás, isto é, a
modernidade.
Ao olhar pelo prisma de hoje, vejo que as
crianças nascem prontas ou são induzidas a pensarem como adultas. Não dão a
elas o direito de brincarem, sonharem, criarem suas próprias histórias ou
brinquedos. Para compensarem suas ausências, os pais compram o afeto com coisas
de luxo, objetos tecnológicos ou liberdades desenfreadas. As crianças nascem
prontas, sem obediência, alma, coração ou sentimentos. Pergunta-se: “Mas de quem é a culpa?”
Quando os genitores acordam para a vida e
tentam educá-las ou corrigi-las, elas se enchem de direitos, produto do
ensinamento de uma sociedade desenfreada e descompromissada com instituição familiar.
Devemos tomar como parâmetro, os pais de Jesuscritinho, os quais lhe davam o
direito de ser criança, mas, ao mesmo tempo, exerciam a incumbência de pais, ou
seja, de proteger e educar, sem a interferência externa.
Nós temos que tirar uma grande lição, do que diz
aquela fase da infância de Jesus Cristo, onde ficou retratada a beleza Dele
como criança, em toda a sua inocência e, ao mesmo tempo, a sua obediência ao
Pai Celeste e aos pais terrestres. Em momento algum, Ele se prevaleceu de seus
poderes superiores para afrontar os seus pais, isto é, José e Maria.
Hoje, tenho para mim, que vivemos num mundo e
numa sociedade, onde a criança nasce pronta, sem o direito de se desenvolver
como criança. Ao se acharem modernas e desenvolvidas, não encontram de volta o
caminho da felicidade, porque perderam cada etapa da vida, em nome de um
progresso selvagem. Só de imaginar que um dia esta geração, poderá governar a Nação altaneira, arrepia-me a epiderme. Que não me venham excomungar-me, por tão sagrada observação e opinião.
O filme termina com Jesus correndo para sua
família e querendo ser uma criança. Diante disso, por mais que eu tento me
conformar ou procurar uma resposta para todo este desmazelo da sociedade
moderna, onde tudo é permitido e onde a criança perdeu a sua identidade, resta-me
a certeza de que vivemos no mundo desembestado, com uma INFÂNCIA
PERDIDA.
Peruíbe SP, 26
de junho de 2022.
Um comentário:
Quanto prazer me dá em ler mais uma verdade escrita, a oportunidade desta leitura traz um sentimento de ver traduzido pensamentos e vivencias de quem vive a observar o que está sendo feito destas gerações. Obrigada, muito obrigada.
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