Adão de Souza
Ribeiro
Uma casinha simples por fora,
Porém era tão bela por dentro.
Eu feliz passava horas e horas,
Não preocupava com o tempo.
O chão era feito de terra batida,
Lá na parede um velho lampião.
A panela de barro tinha comida
Que aquecia na lenha do fogão.
E a porta estava sempre aberta
Para quem nela quisesse entrar
O coração dela fazia tanta festa
A janela saudava a noite de luar.
Tinha uma rede bem amarrada
Lá bem no cantinho da parede.
Quando era lá pela madrugada
Sonho dormia no balar da rede.
No alto da cumeeira a chaminé,
Ao redor da casa, o belo jardim.
Quieto no quarto, oratório de fé,
Velando só, numa noite sem fim.
A casinha enfeitada de saudade,
Por fora era tão linda e modesta.
Tempo sempre esconde a idade.
E calma espia a vida pela fresta!
Peruíbe SP, 19
de junho de 2022.
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