terça-feira, 15 de março de 2022

CAMINHADA

 

Adão de Souza Ribeiro

 

Quantas vezes eu corri e como corri,

Atrás de velho sonho mal sonhado,

E atalhos, feitos labirintos aqui e ali.

Estrada era longa e sofri um bocado.

 

Naquela busca cega do que não sei,

Perdi-me ao longo de um caminho.

Eu menti para mim e fiz minha lei.

Pensando ser feliz, estou sozinho.

 

Sei, sou forte e não desisto nunca,

E mesmo que me ronda o cansaço.

E quanto mais a dor for profunda,

Terei o que tanto almejo, eu acho.

 

Vaguei por serra, vale e campina,

Fiz da tal felicidade minha meta.

Se for peregrino é a minha sina,

Eu vou vagando. O que me resta?

 

Peruíbe SP, l5 de março de 2022.

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