Adão de Souza
Ribeiro
Cadê você que
não vem?
Cadê o barulho do trem?
De manhã lá na estação,
Diz o apito: “Eu sei não”.
Cadê o riso de Mariana?
Cadê a velha choupana?
Que há tempo não vejo,
Eu sei: “Acordou cedo”.
Cadê o afago do berço?
Cadê as mães e o terço?
No canto acesa a vela,
Penso: “Saudade dela”
Cadê os passos da rua?
Cadê toda noite de lua?
O menino e sua flauta,
Meu Deus: “Faz falta”
Cadê o bailar do vento?
Cadê contar do tempo?
O tempo que se perdeu,
Pergunto: “Mas cadê eu?”
Peruíbe SP, 19
de junho de 2021.
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