terça-feira, 22 de setembro de 2009

POEMA VIVO (I)

Há um sol
Que longe chora
E um relógio
Sem hora.

Há uma bomba
Escondida no beco
E uma criança
Rezando terço.

Há uma noite
Ainda acordada
E um todo
Sem nada.

Há um filósofo
De pensamento avançado
E uma luta
Do lado.

Há um lago
Que alegre caminha
E uma alma
Aqui sozinha.

Há um poeta
Atrás do morro
E uma lua
Pedindo socorro.

Há uma natureza
Em agonia
E um machado
Que ria.

Há uma nave
Desvendando o universo
E uma palavra
Sem nexo,

Campinas SP, 11 de junho de 1984

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