Adão de Souza
Ribeiro
Quando me ver de cabelos brancos,
Trata-me com toda a sua reverência
Pois eles representam os solavancos
Que vida me deu na minha vivência.
Quando me ver por aí todo arcado,
Com um andar pesado e tão lento.
Segura na minha mão fica do lado.
A caminhada é longa e tem tempo.
Quando me ver com a voz já baixa
Sem força para falar deste mundo.
Palavras desconexas nada encaixa.
Para e ouça, não sou moribundo...
Quando me ver usando a bengala,
Para evitar tombo e algum tropeço
Veja a vida tem pressa e não para.
Sei a vida cobra de todos um peço.
Quando me ver já sem força, velho
Com cabelos brancos como a neve.
É o fim de todos, ouça o conselho,
Esse dia se aproxima e será breve!
Peruíbe SP, 04 de
abril de 2023.
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