Adão de Souza
Ribeiro
Os anos se vão entre os dedos,
O amanhã é o grande mistério.
Minha mãe, tenho muito medo.
Do que será meu futuro, é sério.
Não deixa eu aqui neste mundo
Sem o calor puro deste seu colo.
Não serei um poeta moribundo,
Pois longe do seu amor, choro.
Nas noites tão frias e traiçoeiras
Sinto o vento assoviar na janela.
As lágrimas formam cachoeiras,
De tanto chorar a saudade dela.
Mãe, mas se tudo virar saudade
Antes que a noite vai e se finda
Eu quero voltar na minha cidade
E beijar o rosto daquela menina.
Na vitrola, uma música francesa,
Nela eu divago e me faz tão bem
Por onde anda a minha princesa
Que eu tanto espero e não vem?
Peruíbe SP, 30 de
dezembro de 2022.
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