domingo, 19 de setembro de 2021

A MORTE

 

Adão de Souza Ribeiro

Por que tu vens assim sorrateira,

Quieta como quem nada quer?

Tem nos lábios uma voz certeira

E nos olhos, atração de mulher.

 

Ontem sem avisar foi meu pai

Hoje tão calada, o meu irmão.

E eu não sei até onde isso vai

Fica a lacuna no meu coração.

 

Nossas algazarras de moleque.

Pelas ruas da santa inocência                                                           

Isso a velhice nunca esquece.

Levas tudo, menos a essência.

 

Um a um vão os meus sonhos

Por que tu fazes isso comigo?

Depois destas perdas suponho

Vida não passa de um castigo.

 

A vida é toda escrita com giz,

Como frases no quadro negro

A morte vem, apaga o que fiz,

Uns vão tarde e outros cedo.

Peruíbe SP, 19 de setembro de 2021.

 

Tributo ao meu irmão Noel de Souza Ribeiro

 

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