sexta-feira, 10 de julho de 2020

VELHA CASA


Adão de Souza Ribeiro


A casa de parede cansada,
Já bem velha, sem reboco.
Inerte na beira da estrada,
Fica escorada no barroco.


A janela aberta ao antigo
A telha moldada no barro,
Faz do relento um abrigo
Acha a velhice um sarro.


Porta alerta em sentinela.
Vigiando vida que passa.
Sem maldade e tramela,
Desafia a sorte madrasta.


Já envelhecido pelo tempo,
Tijolo sem a força esfarela
A chaminé sopra ao vento
O passado sem churumela.


Casa que se refere o poeta,
Mora calada dentro de mim
Uma coisa pode estar certa,
 O alicerce é forte até o fim.


Peruíbe SP, 10 de julho de 2020.

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