sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O PERFIL DO POETA

É uma pessoa demasiadamente inquieta,
Não se cala, não se enverga, não compactua.
Embriagado nessa rebeldia, produz as jóias
Escrevendo sobre seus sonhos e frustrações.
Na solidão de seus versos, traça caminhos,
Rabisca o futuro e pinta o passado de cores
Diversas como se a vida fosse um arco-iris.
Mas é um belo poliglota dos sentimentos
Por isso, sabe reinar em todos os corações
Alegres, cansados, solitários, apaixonados.
Na angústia de buscar a perfeição da alma,
Passa longas noites, como folhas em branco,
Percorrendo linhas tortas e intermináveis,
Retratando o que se passa em torno de si.
É um marginal, sem remendos, sem nada;
A nada se prende, senão à vida e ao amor.
Despido da tal vaidade, segue sem rumo
Numa calma caminhada rumo ao infinito
Triste e imortalizado pela incompreensão
Da obra esculpida na luta pela sua vida.
É certo que o mundo dele está distante
Do que vê, desenha, traça e se imagina.
Por isso, prefere embriagar e se delirar.
Se ele, poeta louco e incompreendido,
Um dia sentir-se plenamente realizado,
Morrerá com ele, os versos inacabados
E as estrofes, partirão em mil pedaços.
O mundo agitado, nunca poderá esquecer
Que o poeta, um ser calmo e tão solitário,
É uma pessoa demasiadamente inquieta.

Peruíbe SP, 04 de novembro de 2011

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