sábado, 11 de maio de 2024

GERAÇÃO ALIENADA

 

Adão de Souza Ribeiro

                        Eu estou estupefato, ao saber que um aluno agrediu o professor em sala de aula. Seria um fato corriqueiro e passaria despercebido, se tivesse ocorrido em outra querência. Mas como o cenário foi na minha santa Terrinha, deixou-me estarrecido e revoltado. O cenário do referido episódio, foi no Ginásio Estadual de Guaimbê.

                        Este estado de espírito é porque, quando lá estudei, havia enorme respeito e admiração pelo corpo docente. A escola, a meu ver, sempre foi a extensão do lar. Sou do princípio, que o dever da escola é ensinar e que cabe aos pais, a responsabilidade de educar. A escola não pode ser depósito de filhos alienados. O professor é, acima de tudo, um grande amigo daqueles que tem sede de saber.

                        Eu estou deveras entristecido, ao saber que a Terrinha foi impiedosamente contaminada pela violência, aos moldes dos grandes centros urbanos. Quando me mudei de lá, era um lugar bucólico, onde as pessoas sempre foram fraternas entre si.

                        Ainda guardo na memória, a cena dos alunos colocando-se em pé, quando o diretor entrava na sala de aula. E só se sentavam, quando o diretor dizia: “ Podem se sentar “. Também, antes de começar o dia letivo, os alunos uniformizados ficavam perfilados no pátio e cantavam o Hino Nacional Brasileiro.

                        Os coleguinhas de todas as salas de aula, compartilhando as brincadeiras, na hora do recreio. Antes das descontraídas brincadeiras, dirigiam-se ao refeitório para saborearem a suculenta sopa feita por Mariazinha, a dedicada merendeira. A sopa era tão gostosa, que eu voltava na fila para ter direito ao repeteco. Tudo transcorria de forma organizada e educada.

                        Em casa, os filhos tratavam os pais respeitosamente, chamando-os de “senhor” e “senhora”. Eis as razões pelas quais, a minha geração amava e respeitava os mestres. Se o professor reclamasse aos pais, da falta de educação do filho, a criança seria corrigida. Neste tempo moderno, se o filho reclamar ao pai, que o professor está sendo enérgico no ensinamento, o pai é capaz de ir à escola e agredir o professor. Hoje eles (os alunos) querem todos os direitos, mas, em contrapartida, não querem se arcar com os deveres, impostos pela sociedade civilizada.

                        Às vezes, quero lembrar da minha cidade natal, apenas como um quadro pendurado na parede da saudade. Dói saber que a cidade foi sucumbida pela falsa modernidade. Eu creio que todos nós somos responsáveis pela criação destes monstros da atualidade. Aos poucos, fomos relaxando na educação deles, abrindo a guarda na cobrança do comportamento de ética e bons costumes. Em nossas casas, deixamos entrar, através da televisão, ideias maléficas dos governantes, como por exemplo, a igualdade de gênero dentre tantas baboseiras.

                        O Estatuto da Criança e do Adolescente, foi criado para proteção da criança e do adolescente, vítimas do abandono e da violência, mas, não para proteger menores infratores. Por isso, sou favorável que a idade penal, comece a partir de quatorze anos. Se uma pessoa, aos dezesseis anos, pode votar e decidir os destinos da Nação, por que não pode ser penalizado pelos seus atos? É por isso, que os bandidos adultos usam os menores, para assumirem crimes, pois sabem que aqueles são considerados inimputáveis.

                        Basta ver no noticiário policial, os crimes horrendos cometidos por menores. Visando apenas votos, os legisladores (deputados e senadores), relutam em mudar a lei. Os segmentos inescrupulosos, que se escondem atrás da imagem de defensores da sociedade, defendem que encarcerar menores, entre quatorze e dezesseis, afetará a sua formação moral e psicossocial. São apenas falácias!

                        Ensinar é corrigir e não espancar. Aos que professam a liberdade infantil, sem regra e sem obediência, veja o que disse Deus, sobre a responsabilidade dos pais, na criação dos infantes: " Ensina a criança no caminho em que deve andar e, ainda, quando for velho, não se desviará dele. " - Provérbios 22:6

                        A sociedade moderna é um barco navegando à deriva, sem bússola e sem rumo. Navega ao sabor da maré do desmando total. Entristece-me só de saber que a sociedade da minha Terrinha, há tempos tornou-se passageira deste barco furado. O pior é que o comandante deste barco, é filho desta geração alienada.

                        God save our ship! “ (Deus salve nosso navio!)

 

Peruíbe SP, 10 de maio de 2024.

 

 

 

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