sábado, 10 de fevereiro de 2024

TRISTE ABANDONO

 

Adão de Souza Ribeiro

Como é triste o abandono,

Dói no corpo e fere a alma.

E cala. Entra ano e sai ano,

Não há nada que o acalma.

 

Fera devorando por dentro

Tira o que há de mais belo

Como faz a força do vento

E que destrói todo castelo.

 

Tira a alegria do coração,

Sufoca com dor no peito.

No universo ecoa um não

Mas se fugir não tem jeito.

 

É cruel e não tem piedade

Ele vira a vida do avesso.

Não vê a dor e nem idade

Eis aí o tal desassossego.

 

O que fez, isso nada conta

O troféu vai ficar para trás

Antes que a solidão rompa

Aconselha dormir em paz.

 

Não chore e nem censura,

Como tudo fosse pecado.

Pois toda a sua amargura

Um dia, será só passado.

 

Quando vem e bate à porta

Sem que a vida não espera

Reza. Pois é chegada hora,

De partir em paz da terra!!

 

Peruíbe SP, 10 de fevereiro de 2024.

 

 

 

                                                                                                                          

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