Adão
de Souza Ribeiro
Como é triste o abandono,
Dói no corpo e fere a alma.
E cala. Entra ano e sai ano,
Não há nada que o acalma.
Fera devorando por dentro
Tira o que há de mais belo
Como faz a força do vento
E que destrói todo castelo.
Tira a alegria do coração,
Sufoca com dor no peito.
No universo ecoa um não
Mas se fugir não tem jeito.
É cruel e não tem piedade
Ele vira a vida do avesso.
Não vê a dor e nem idade
Eis aí o tal desassossego.
O que fez, isso nada conta
O troféu vai ficar para trás
Antes que a solidão rompa
Aconselha dormir em paz.
Não chore e nem censura,
Como tudo fosse pecado.
Pois toda a sua amargura
Um dia, será só passado.
Quando vem e bate à porta
Sem que a vida não espera
Reza. Pois é chegada hora,
De partir em paz da terra!!
Peruíbe SP, 10 de
fevereiro de 2024.
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