sábado, 11 de março de 2023

CABELO BRANCO

 

Adão de Souza Ribeiro

 

Se me veres meio cabisbaixo,

Divagando sem um olhar fixo

Eu não me vejo, não me acho

Só vivo preso neste crucifixo.

 

Crucifixo chamado de tempo,

E onde colocamos o passado.

Sem imaginar que só o vento

Pode afastar um fardo pesado

 

Fardo feito de cabelo branco

Desbotado por dor, lida dura

De quem foi pecador e santo,

Não fraquejou diante da luta.

 

Cabelo branco é do guerreiro

Que desafiou a sua existência

Sem passar a vida prisioneiro

De mágoas e de maledicência.

 

Peruíbe SP, 11 de março de 2023.

 

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