Adão de Souza
Ribeiro
Se me veres meio cabisbaixo,
Divagando sem um olhar fixo
Eu não me vejo, não me acho
Só vivo preso neste crucifixo.
Crucifixo chamado de tempo,
E onde colocamos o passado.
Sem imaginar que só o vento
Pode afastar um fardo pesado
Fardo feito de cabelo branco
Desbotado por dor, lida dura
De quem foi pecador e santo,
Não fraquejou diante da luta.
Cabelo branco é do guerreiro
Que desafiou a sua existência
Sem passar a vida prisioneiro
De mágoas e de maledicência.
Peruíbe SP, 11 de
março de 2023.
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