sábado, 13 de agosto de 2022

OS MEDOS

 

Adão de Souza Ribeiro

 

De morrer não tenho pressa

Tenho muita pressa de viver

E a vida espreita pela fresta,

O que resta lá do entardecer.

 

De chorar não envergonho.

Envergonho de não sonhar.

Sonho tem poder medonho

De mudar as ondas do mar.

 

De amar eu não tenho medo

Medo tenho de ser misógino

Ódio de amar morrerá cedo.

É segredo:“Hétero, imagino”

 

De fracassar não me assusta

Assusta em ser um covarde.

O fracasso é só de quem luta.

Quando se arrepende é tarde.

 

De envelhecer não me apavora

Apavora passar brancas nuvens

Jovens nuvens lindas de outrora

Que na mente elas ainda surgem.

 

Peruíbe SP, 13 de agosto de 2022.   

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