Adão de Souza
Ribeiro
Eu gritei teu nome em silencio
Bem alto para ninguém ouvir.
Se a voz viesse ecoar ao vento
Quem saberia que era para ti?
Mas o meu coração sem juízo
Que não sabe guardar segredo
Diz a todo mundo que preciso
Desse doce sabor do teu beijo.
Se o grito deste peito é mudo,
Nada acalenta antiga saudade
E para te esquecer, fiz de tudo.
A testemunha é a velha cidade.
Se tal grito é surdo e sem voz,
Os olhos falam e a alma sente.
Da dor horrenda não sofro só,
Por aí, dela padece tanta gente.
Vento que carrega lembrança
Guardada na alegre memória.
Conta para menina de trança
Que este poeta sofre e chora.
Peruíbe SP, 21
de maio de 2021.
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