sábado, 2 de janeiro de 2021

VIDA CAMPESINA

 

Adão de Souza Ribeiro

O gado solto lá no pasto,

Longe do mundo nefasto.

O lago de água cristalina,

Coisa da vida campesina.

 

A casa de sapê no morro,

Triste e pedindo socorro.

Pé de ipê beija natureza,

Encanto, ó bendito seja!

 

O fogão à lenha da vovó,

Passado. É a saudade só.

Longe se vai entre dedos

Tigela com seu torresmo.

 

A estrada de chão batido

Campo, tudo faz sentido.

Cabocla de trança e chita,

A vida pura e tão bonita.

 

Um som suave na vitrola

A antiga música de viola.

Mãe rezando a ladainha,

Irmã faz arte na cozinha.

 

Cachaça depois da labuta,

O eco no fundo da gruta.

No rio, um peixe no anzol;

Na terra, rastro do caracol.

 

Quintal, garbosa galinha.

E a paz daquela tardinha,

Ao som alegre do canário

Não há mais belo cenário!

 

Só quem viveu no campo

Sabe o porquê dói tanto.

Dá um aperto no coração,

Lembrar-se do velho sertão.

Peruíbe SP, 02 de janeiro de 2021.

Nenhum comentário: