Adão de Souza
Ribeiro
Quando Deus, num
momento de divina inspiração, criou o mundo, estou certo de que desenhou de tal
forma, que tudo seguisse o curso natural da vida. Pensou e repensou cada
detalhe, para que não houvesse necessidade de retoques futuros. Tudo teria que
se encaixar perfeitamente, para que a natureza das coisas desse certo e justificasse
todo o esforço do Criador. Diz a Sagrada Escritura: “No princípio, Deus criou o céu e
a terra”.
Maravilhado com a sua obra, notou
que tudo teria que ser contemplado e disse; “Faça-se a luz”. Assim
tirou a terra da escuridão. Passo a passo, foi desenhando o que achava bom e
belo, isto é, o mar, a vegetação, o sol, a lua, os animais terrestres e
aquáticos e as aves. Vendo que tudo estava bom, criou o homem dizendo que ele
deveria dominar a terra e tudo o que nela existia. Por fim, para que ele não
morresse de tédio, criou a mulher e deu de presente a ele.
Passaram-se os anos ou milhares de
anos, sei lá, quando o primeiro homem, cujo nome me dá arrepios, em desobediência
ao Criador, resolveu fazer um “sapeca ia ia” com sua fêmea e gerou filhos.
Daquele tempo em diante, a terra infestou-se de homo sapiens e ninguém mais
teve sossego, nem a terra e nem seus habitantes. Até então, tudo era beleza, harmonia e paz.
Deus cuidava em suprir as necessidades de tudo que havia sobre a terra. Não
havia intriga entre os seres vivos e a natureza não sofria os solavancos da
destruição.
E assim, sem que percebêssemos, a
terra amanhecia e anoitecia todos os dias e, em razão disso, os anos foram se
passando, até chegarmos aos tempos atuais. Como Deus ordenou que o homem devesse
dominar a terra e tudo que nela existisse, deu no que deu. Penso que ele disse
dominar no sentido de cuidar e administrar, mas não de mandar e destruir. Hoje
vejo que tudo aquilo que desenhou com carinho, o homem veio e passou uma
borracha por cima, apagando tudo de bom que Ele nos ofereceu em sua divina
bondade.
Hoje
a terra, primeira manifestação do poder divino, está sendo destruída e cobrando
tudo o que foi tirado da natureza. Os homens, ao invés de cuidarem de tudo o
que foi dado de graça e, acima de tudo, de se amarem e se respeitarem, estão se
auto devorando. Não se pratica mais o amor, respeito, benevolência, fé e outras
tantas manifestações da alma e do coração. A ganância, madrasta de todo
desentendimento, vem se perpetuando a cada dia. A natureza está na UTI e com
seus últimos momentos de vida, contados. O homem, feito a imagem e semelhança
do Criador, há muito tempo deixou de dominar (administrar/cuidar) a terra.
Triste fim!
Chegamos a um ponto em que os
homens (homem e mulher) não se entendem mais. Quando Deus, em seu divino poder,
criou a mulher, disse: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei
uma ajudadora idônea para ele” (Genesis 2:18). Hoje, deixou de ser uma
ajudadora para ser uma inimiga voraz, isso por influência do progresso
pernicioso e de uma mídia inescrupulosa. Deus disse uma coisa “far-lhe-ei
uma ajudadora idônea” e o mundo avançado de hoje diz: “far-lhe-ei
uma inimiga mortal”.
Não bastasse isso, os filhos
atuais, descendentes dos filhos do primeiro sapeca ia ia, daquele casal
do Jardim do Eden, também estão se revoltando contra os seus genitores. Não os
tratam com deferência, chamando-os de senhor e senhora; não tomam benção ao se
levantarem ou deitarem; não escutam conselhos quando erram; não tratam com amor
e respeito os mais velhos ou idosos, enfim, parecem que nasceram de uma
chocadeira.
Outro dia, assistindo por acaso,
um programa de televisão, que versa formar opinião distorcida da realidade,
fiquei estarrecido com o que vi e ouvi. Dizia que os filhos podem e tem o
direito de processar os pais, quando eles (pais) agem contra as suas
vontades (filhos). Os pais não podem monitorar os filhos por onde andam e com
quem se relacionam, não podem verificar o que trazem em suas bolsas ou o que
postam nas redes sociais, através de seus celulares e mais um monte de asneiras,
porque isso é quebra de privacidade. Já jogaram a esposa contra o marido e
agora querem jogar os filhos contra os pais.
Disse o Criador com relação aos
filhos, principalmente os rebeldes: “Ensina a criança no caminho em que deve
andar e, ainda, até quando envelhecer não se desviará dele”. (Provérbios
22:6). Ora diante do ensinamento divino, conclui-se que a criança deve
obediência aos pais e não ao contrário, como se pretende ensinar o mundo
moderno, representado por uma mídia nociva e pecaminosa. A mídia quer criar um
novo mundo desequilibrado e não com tudo perfeito e harmonioso, como fez o
Criador Eterno, num momento divino de inspiração.
Diante de tudo o que se apresenta,
neste mundo moderno, vejo que o capim está comendo a cabra e não a cabra
comendo o capim, conforme foi desde o início dos tempos.
Peruíbe SP, 09
de abril de 2019.
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