domingo, 2 de dezembro de 2018

SER OU NÃO SER

                          O que move o mundo são as perguntas e não as respostas. Essa assertiva é tão perfeita, como afirmar que dois mais dois são quatro. Quando questionamos algo, queremos desvendar os mistérios da alma, naquilo que se pretende descobrir. Sou um curioso nato e, por isso, a inquietação do saber, sempre norteou a minha existência. Nunca me satisfiz com respostas esdrúxulas e desconcertantes. Insisto até que me convençam sobre aquilo que incomoda o meu intelecto.
                                   Gosto de me enveredar por assuntos polêmicos, onde, na maioria das vezes, as pessoas querem que suas opiniões, vençam a fórceps. É bom que se diga que ninguém é dono da verdade absoluta. Até hoje, discute-se a origem do universo e, nem por isso, está fechada a questão em torno do assunto. “Cogito, ergo sun” (penso, logo existo), disse o filósofo francês René Descartes, em seu livro “Discurso do Método”, em 1637. Só o fato de pensar, anima-me por demais. Estou vivo!
                                   Não gosto de nada pronto, pré-estabelecido. Posso dizer que não abro mão das minhas conjecturas, mas, no entanto, permito ouvir opiniões contrárias. São maneiras de pensar, diferentes das minhas, que me fazem crescer e amadurecer. As pessoas intransigentes deixam-me enfadonho e nada acrescentam na lapidação do meu espirito e do meu desenvolvimento intelectual. A ignorância é a irmã siamesa da intolerância. Um dia, alguém me disse: “Toda unanimidade é burra”.
                                   Um dia desses, sem querer, deitei-me a debater com uma mulher, nas redes sociais da vida. Uma amiga de longa data havia postado algo, dizendo: “Os homens não são mulherengos, mas as mulheres é que são oferecidas”. E eu, em tom de brincadeira, disse: “Não sou mulherengo, mas, sim mulherólogo”. Expliquei que o mulherengo quer a mulher apenas para curtir, no entanto, já o mulherólogo é um estudioso do sexo feminino. Outra mulher, ao que parece feminista de carteirinha, criou um embate, o qual se estendeu noite adentro.
                                   Em meio às calorosas discussões, a minha oponente começou a depreciar o sexo, do qual sou representante e defensor ferrenho.  As feministas defendem ideias controversas; já as femininas, defendem sentimentos. A mídia tem incutido nas mulheres de hoje, que o homem é um inimigo mortal e que, por isso, tem que ser abatido no ninho. Defendo o princípio de que a mulher nasceu para ser amiga e companheira, não adversária nesse mundo selvagem, onde, o que impera é o poder e a aparência.
                                   Tenho profundo carinho e admiração pelas minhas avós e minha mãe, que cumpriram com responsabilidade e galhardia a missão de rainhas do lar, esposas e mães. Cuidaram dos esposos com carinho e fidelidade e educaram os filhos com amor e firmeza. Por outro lado, meus avôs e meu pai, souberam suprir as necessidades do lar e, também, protegeram e cuidaram das esposas e dos filhos, com amor e sabedoria. Não havia fatores externos, tão perniciosos como os de hoje, para influenciaram na condução da família. As mulheres que faço menção, não eram feministas, mas femininas, na acepção generosa do termo. Nunca afrontaram seus esposos e, por isso, foram felizes e agraciadas por Deus.
                                   Não tenho dúvidas de que foi com elas, que aprendi a ser mulherólogo. Sou um estudioso do universo feminino, graças a elas. Não vejo a mulher apenas como um objeto de consumo, como querem as fêmeas de hoje. Não compartilho e nem compactuo com homens violentos, que desrespeitam o corpo, a alma e o coração feminino. Também, não aceito que as mulheres busquem nos homens, apenas o seu CPF robusto. O progresso bateu à nossa porta e muita coisa evoluiu. Mas o que não pode mudar são os princípios éticos e morais, que devem nortear a conduta dos dois sexos.
                                   Hoje, depois dos infortúnios da vida, bem como, do aprendizado ao lidar com sentimentos e desejos tão antagônicos, percebi que ser mulherengo ou mulherólogo, é apenas uma questão de opção. Se a fêmea se satisfaz ao lado de um mulherengo, então, o homem deve assumir esse papel. Por outro lado, se ela se completa ao lado de um mulherólogo, corra urgentemente para os braços dela. Enquanto a feminista se perde em vãs filosofias, a feminina dormita feliz e protegida nos braços do amado.
                                   E eu, esse mulherólogo de berço, criado sob o manto do amor feminino, vou estudando os mistérios escondidos no corpo, na alma e no coração da mulher. E quanto mais eu me perco no universo feminino, mais eu meu encontro. Enquanto as feministas discutem o sexo dos anjos, eu fico por aqui, ao lado de um anjo cheio de sexo e amor. Quem mandou eu ser um estudioso? Das fêmeas e não das feministas, claro!
                                   To be or not to be: womanizer or womanologist. That is the question”. (Ser ou não ser: mulherengo ou mulherólogo. Eis a questão.)

Peruíbe SP, 02 de dezembro de 2018

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