sábado, 20 de novembro de 2021

COBRANÇAS DO TEMPO

 Adão de Souza Ribeiro

 

De repente os cabelos brancos

E no rosto as primeiras rugas.

Vê os passos lentos e trôpegos

Já para seguir vivo é uma luta.

 

Loucuras feitas na juventude,

Um dia, a vida vem e cobra.

Atitudes não tem mais saúde

Só lembrança é o que sobra.

 

A voz tão baixa e tão fraca

Olhos não veem horizonte.

Não ouve nada, cadê graça?

A memória é só de ontem.

 

Olfato não sabe do sabor

Audição chora a canção.

E quando jovem o amor,

Ele não vê, desde então.

 

Sei, passado será o futuro

E o amor que não é mais.

A vida é o filho imaturo,

Ele ri das dores e dos ais.


Peruíbe, 20 de novembro de 2021

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