segunda-feira, 22 de junho de 2020

O PÉ DE IPÊ


Adão de Souza Ribeiro


Lá na estrada tinha muito pé de ipê,
Branco, amarelo, rosa e de cores mil.
Pareciam ramalhetes feitos a buquê,
Pintando a paisagem de um céu anil.


As pétalas alegres, beijando o vento.
Natureza virgem em noite de núpcias
O desejo de louca cópula ao relento.
E as folhas bailando de tanta volúpia.


Quem por ali passava não entendia:
Como havia tanta beleza e ternura,
Que até a ave de longe ali escondia,
Dando mais realce a eterna pintura.


Lá no chão batido, em forma de leito.
Para amar a flor, o silêncio conclama,
Porque exala aroma e amor perfeito
De noites tão belas, a primeira dama.


Peruíbe SP, 23 de junho de 2020.

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