segunda-feira, 10 de outubro de 2011

TREM DESGOVERNADO

Que sentimento é esse
Feito trem desgovernado
Descendo ladeira abaixo
Perdido na ribanceira
Sem eira nem beira.
Embarcado vai o coração
Num vagão tão solitário
Em busca do precipício
Como se lá bem no fundo
Encontrasse o amor.
Entre vales e campinas
Deslizando pelos trilhos
Vai escrevendo hinos
De tamanha poesia,
Que paralisa o tempo.
Cada longínqua estação
Durante a breve parada
O maquinista do desejo
Piso no freio do futuro
E espera pela amada.
Mas se a vida tem pressa
O trem não tem não
Porque em cada vagão
Há um coração de menino
Que sonha ser feliz.
Peruibe SP, 10 de outubro de 2011

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