Um é muito querido na praça,
O outro, ninguém se arrisca;
Um vive com a mão na massa,
E o outro , na tal da política.
Um tem por oficio a padaria
O outro, o das suas fazendas.
E na dura lida do dia a dia,
Vão aumentando suas rendas.
Gostam de obras faraônicas,
Construídas com suor alheio
E levam tudo da cidade crônica
Sem remorso e sem de receio.
Mas se o povo pobre e faminto
Clama choroso por leite e pão,
Dão-lhe uma taça de absinto
E dizem: “Não vos conhece não”.
Mas se tudo é tão frágil e breve
E disso temos a maior certeza.
O conforto eterno que se reserva
A eles, é condomínio do Veneza.
Peruíbe SP, 27 de junho de 2011
Um comentário:
Seu poema é leve, mas é pesado. Leve que divide a carga que o os roubadores dos direito do povo impõe a este mesmo povo; pesado, porque expõe a tonelada de culpa que se acumulam sobre os ombros destes roubadores. Oxalá um dia se sinta de todo leve, e os ladrões, sucumbam ao chão sob o peso de suas mazelas.
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