quarta-feira, 6 de julho de 2022

A VELHICE

 

Adão de Souza Ribeiro

 

Quando eu for bem velho,

Conte-me histórias alegres.

Faça-me rir para o espelho,

Esqueça que a vida é breve

 

Ao surgir um cabelo branco

Onde preto ele já foi um dia

Leve-me à praça lá no banco

Quero ver o voo da cotovia.

 

Mas quando pesar nas costas

Os anos de caminhar e labuta

Dá-me o ombro, não importa.

Triste eu choro e vê se escuta.

 

 E se por ventura, sumir a voz.

Que muito ensinou e aprendeu

Coisas bem do tempo dos avós:

Missão de educar os filhos teus.

 

Quando eu já for bem velhinho

E se de repente faltar à memória

Peço-te: “Não me deixe sozinho,

Sem terminar a minha história!".

 

Peruíbe SP, 06 de julho de 2022.

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